São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2011

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Otan lança maior ataque contra Gaddafi

Caças ocidentais atingem complexo de prédios do ditador da Líbia em Trípoli e deixam ao menos três mortos

Paradeiro de líder líbio é desconhecido; EUA convidam rebeldes a ter representação na capital americana

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Otan (aliança militar ocidental) lançou ontem o maior ataque até agora contra as instalações em Trípoli que abrigam os escritórios e a residência do ditador líbio, Muammar Gaddafi.
A intensificação dos bombardeios é vista por analistas como uma tentativa de pôr fim ao impasse no conflito que se arrasta há quatro meses entre forças governistas e rebeldes apoiados política e militarmente pelo Ocidente.
Segundo jornalistas estrangeiros em Trípoli, a ofensiva da Otan foi lançada de madrugada e durou cerca de meia hora. Mais de 15 explosões foram ouvidas.
Os bombardeios foram tão intensos que estremeceram a estrutura de um hotel de luxo que abriga a imprensa internacional a 2 km de Bab Al Aziziya, como é conhecido o complexo de Gaddafi.
O governo líbio disse que a ação deixou três mortos, todos civis de uma mesma família que moravam perto da área alvejada. Jornalistas estrangeiros foram levados até um hospital, onde viram os corpos das vítimas.
Horas depois, novos ataques foram lançados contra alvos do governo em Trípoli.
A Otan alegou que o alvo central da ofensiva eram prédios que abrigavam equipamentos militares.
"Em termos de alvo único, trata-se definitivamente da maior e mais concentrada ação que fizemos até agora", disse um porta-voz da Otan.
O paradeiro de Gaddafi é desconhecido. Não é possível verificar quando foram filmadas as imagens que a TV estatal vem divulgando para provar que o ditador está vivo e em boa saúde, ao contrário das insinuações de potências ocidentais de que teria morrido em ataques.
Aviões de combate franceses, britânicos e americanos que atacam em nome da Otan têm bombardeado a Líbia desde que a resolução 1973 da ONU autorizou o uso de "todas as medidas necessárias" para proteger civis das forças de Gaddafi.
A resolução foi adotada no dia 17 de março, depois que o regime líbio lançou ataques em massa contra manifestantes inspirados pelas bem-sucedidas revoltas populares na Tunísia e na Líbia.
Críticos argumentam que a Otan extrapolou seu mandato e está tentando promover diretamente a queda de Gaddafi. Para os céticos, entre os quais estão os governos de Rússia e China, as potências ocidentais caminham aos poucos para o envio de tropas terrestres à Líbia, algo que está explicitamente descartado pela resolução 1973.
Gaddafi nega que suas forças mirem civis e descreve os rebeldes como criminosos e extremistas islâmicos ligados à rede Al Qaeda.

REPRESENTAÇÃO
Os EUA disseram ontem que a queda de Gaddafi tornou-se inevitável e convidaram os rebeldes líbios reunidos em torno do Conselho Nacional de Transição (CNT) a abrir uma representação diplomática em Washington.
Mas os EUA deixaram claro que a oferta é simbólica e não significa um reconhecimento diplomático formal.


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