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EUA
Caso é de vazamento do nome de espiã; presidente fala ao lado de advogado
Bush depõe por 70 minutos sobre escândalo na CIA
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, foi interrogado ontem
por promotores federais que estão investigando a origem do vazamento da identidade de uma
espiã da CIA, o serviço secreto
americano.
Bush foi interrogado durante 70
minutos pelo promotor Patrick
Fitzgerald e membros de sua
equipe. O presidente foi acompanhado durante seu depoimento
no Salão Oval por seu advogado
particular Jim Sharp.
"O vazamento de informação
reservada é uma questão muito
séria. Ninguém quer chegar mais
ao fundo desse assunto do que o
presidente dos Estados Unidos",
disse o porta-voz da Casa Branca,
Scott McClellan.
A investigação pretende descobrir quem revelou o nome da espiã Valerie Plame para o jornalista Robert Novak em julho de
2003. O vazamento da identidade
de agentes da CIA pode constituir
um crime federal, punível com até
dez anos de prisão.
Bush não é visto como um dos
suspeitos, mas poderá se tornar
uma testemunha se os investigadores concluírem que ele tinha informações sobre os eventos que
deslancharam o caso.
Plame é casada com o diplomata Joseph Wilson, ex-embaixador
dos EUA no Iraque que fez muitas
críticas às políticas do governo
Bush para o país do Oriente Médio. Wilson também se manifestou abertamente contra as declarações que Bush fez, no começo
do ano passado, de que o regime
de Saddam Hussein havia tentado
comprar urânio na África.
A imprensa americana aventou
em diversas oportunidades que a
quebra do anonimato de Plame
teria sido uma manobra para
atingir Wilson. Entre os possíveis
responsáveis pela ação citados em
reportagens estavam os nomes do
principal conselheiro político de
Bush, Karl Rove, e do chefe-de-gabinete do vice-presidente Dick
Cheney, Lewis Libby. Os dois negam a acusação.
Quando questionado se o presidente havia respondido a todas as
questões apresentadas a ele,
McClellan disse que Bush "estava
contente por repartir qualquer informação que tivesse". Sobre se o
presidente tinha alguma informação a respeito do responsável pelo
vazamento, o porta-voz afirmou
que tais perguntas deveriam ser
feitas aos investigadores.
O simples fato de o presidente
ser interrogado para uma investigação sobre um possível crime já
constitui um evento bastante raro. Quase tão incomum é um
evento na agenda do presidente,
sempre carregada, estender-se
por 70 minutos.
O promotor Fitzgerald não quis
fazer comentários sobre o encontro com Bush. No entanto especialistas que acompanham o caso
afirmaram que a realização do interrogatório pode indicar que a
investigação esteja perto do fim.
Com agências internacionais e o jornal
"The New York Times"
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