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Projeto de Carta vê Estado socialista na Venezuela
Anúncio foi feito por Hugo Chávez na última sexta
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, disse que pretende incluir a construção do modelo socialista como "obrigação" do Estado na Constituição
do país, em meio ao crescente
debate sobre a reforma da Carta impulsionada por ele.
"O Estado tem a obrigação de
construir um modelo de economia socialista fundada nos valores humanísticos da cooperação, na preponderância dos interesses comuns sobre os indivíduos e tendo como prioridade
a satisfação das necessidades
sociais", prevê a proposta para
a alteração do artigo 112, lida
por Chávez na sexta à noite.
A revelação ocorre em meio
ao vazamento de documentos
com propostas da reforma
constitucional preparados por
um conselho de alto nível nomeado por Chávez.
Um dos membros desse conselho é a presidente do Tribunal Supremo de Justiça (STJ),
Luisa Estela Morales, cuja participação tem sido apontada
pela oposição como um exemplo da subordinação dos Poderes do Estado a Chávez.
Segundo a versão obtida pelo
jornal oposicionista "El Universal", a proposta preparada
pelo conselho inclui a já esperada reeleição indefinida para
presidente e outros cargos; a
criação de cinco tipos de propriedade (social, coletiva, estatal, mista e privada) e o poder
do Executivo de criar territórios e cidades federais.
Um dos pontos mais destacados pela imprensa tem sido as
mudanças no direito de propriedade. Pela versão obtida
pelo "Universal", a reforma facilitará o confisco de bens privados "cujo uso atente contra
os direitos de terceiros ou direitos da sociedade".
Chávez afirmou que as propostas fazem parte de versões
preliminares já modificadas,
mas não antecipou outras alterações já consolidadas.
Depois que Chávez terminar
a revisão da reforma constitucional, o texto será encaminhado para a aprovação na Assembléia Nacional -totalmente governista depois que a oposição
boicotou as eleições de 2005.
Em seguida, Chávez deverá
convocar um referendo para
ratificar as mudanças, assim
como fez com a Constituinte de
1999, redigida no seu primeiro
ano de governo.
A oposição tem defendido
que a reforma deveria ser feita
por uma nova Assembléia
Constituinte. Já o partido Podemos, da base chavista, propõe que o referendo inclua a
possibilidade de aprovar ou não
cada um dos artigos.
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