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Irã não cederá a pressões, diz líder supremo
Aiatolá Ali Khamenei afirma que continuará "insistindo na aplicação da lei", descartando rever reeleição de Ahmadinejad
Protesto de 200 pessoas em
local próximo a Parlamento
é dispersado; governo volta
a acusar Ocidente e ameaça
rever laços com Reino Unido
Site do líder supremo iraniano/France Presse
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O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei
DA REDAÇÃO
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, reiterou ontem a rejeição do governo iraniano a qualquer contestação
da validade do pleito que reelegeu o presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad.
A declaração, um dia após o
Conselho dos Guardiães, máxima instância constitucional do
país, atestar a lisura da eleição,
sela de vez a possibilidade de
rever o resultado. A oposição,
liderada pelo candidato derrotado Mir Hossein Mousavi, alega fraude e quer novo pleito.
"Tenho insistido, e continuarei insistindo, na aplicação da
lei. Não tomaremos um passo
além da lei. Nem o regime nem
a população cederão à pressão
na base da força", disse o aiatolá
Khamenei, máxima autoridade
política e religiosa iraniana, em
comunicado na TV estatal.
Desde a última segunda não
são registradas grandes manifestações oposicionistas pelo
país. Protestos vinham sendo
realizados quase que diariamente desde o dia 13, quando
foi anunciada a vitória de Ahmadinejad, com 62,7% dos votos, contra 33% de Mousavi.
Um princípio de manifestação de cerca de 200 pessoas ontem em uma praça próxima ao
Parlamento iraniano foi rapidamente dispersado com tiros
para o alto e bombas de gás lacrimogêneo pelas forças de segurança e pelos milicianos basiji, de acordo com relatos.
O levante é considerado o
maior no Irã desde a Revolução
Islâmica, em 1979, que levou ao
poder o atual regime teocrático. Segundo a imprensa oficial,
20 pessoas já morreram desde
o início dos protestos.
Em outro indício do arrefecimento da tensão no país, o também derrotado candidato Mohsen Rezai, conservador, retirou
suas contestações à lisura do
pleito. Segundo ele, porque "a
situação entrou numa fase sensível e determinante, mais importante do que as eleições".
Já a mulher de Mousavi, Zahra Rahnavard, de ativa participação na campanha, exortou os
iranianos a manter as manifestações. Ela disse que o governo
não pode lidar com a oposição
"como se houvesse lei marcial".
O Ministério do Interior disse ainda que analisa rebaixar as
relações diplomáticas com o
Reino Unido, a quem acusa de
intromissão nos assuntos internos iranianos. Teerã diz ter
detido várias pessoas com passaporte britânico nos últimos
dias. Anteontem, o Reino Unido expulsara dois diplomatas
iranianos em retaliação.
Com agências internacionais
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