São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

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Irã não cederá a pressões, diz líder supremo

Aiatolá Ali Khamenei afirma que continuará "insistindo na aplicação da lei", descartando rever reeleição de Ahmadinejad

Protesto de 200 pessoas em local próximo a Parlamento é dispersado; governo volta a acusar Ocidente e ameaça rever laços com Reino Unido


Site do líder supremo iraniano/France Presse
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei

DA REDAÇÃO

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, reiterou ontem a rejeição do governo iraniano a qualquer contestação da validade do pleito que reelegeu o presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad.
A declaração, um dia após o Conselho dos Guardiães, máxima instância constitucional do país, atestar a lisura da eleição, sela de vez a possibilidade de rever o resultado. A oposição, liderada pelo candidato derrotado Mir Hossein Mousavi, alega fraude e quer novo pleito.
"Tenho insistido, e continuarei insistindo, na aplicação da lei. Não tomaremos um passo além da lei. Nem o regime nem a população cederão à pressão na base da força", disse o aiatolá Khamenei, máxima autoridade política e religiosa iraniana, em comunicado na TV estatal.
Desde a última segunda não são registradas grandes manifestações oposicionistas pelo país. Protestos vinham sendo realizados quase que diariamente desde o dia 13, quando foi anunciada a vitória de Ahmadinejad, com 62,7% dos votos, contra 33% de Mousavi.
Um princípio de manifestação de cerca de 200 pessoas ontem em uma praça próxima ao Parlamento iraniano foi rapidamente dispersado com tiros para o alto e bombas de gás lacrimogêneo pelas forças de segurança e pelos milicianos basiji, de acordo com relatos.
O levante é considerado o maior no Irã desde a Revolução Islâmica, em 1979, que levou ao poder o atual regime teocrático. Segundo a imprensa oficial, 20 pessoas já morreram desde o início dos protestos.
Em outro indício do arrefecimento da tensão no país, o também derrotado candidato Mohsen Rezai, conservador, retirou suas contestações à lisura do pleito. Segundo ele, porque "a situação entrou numa fase sensível e determinante, mais importante do que as eleições".
Já a mulher de Mousavi, Zahra Rahnavard, de ativa participação na campanha, exortou os iranianos a manter as manifestações. Ela disse que o governo não pode lidar com a oposição "como se houvesse lei marcial".
O Ministério do Interior disse ainda que analisa rebaixar as relações diplomáticas com o Reino Unido, a quem acusa de intromissão nos assuntos internos iranianos. Teerã diz ter detido várias pessoas com passaporte britânico nos últimos dias. Anteontem, o Reino Unido expulsara dois diplomatas iranianos em retaliação.

Com agências internacionais



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