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Trem atropela e mata 13 na Espanha
Vítimas tentavam atravessar linha férrea para chegar à praia de Castelldefels para comemorações de São João
Maioria dos mortos é de origem sul-americana; governo da Catalunha culpou imprudência das vítimas pela tragédia
Edwin Winkels/"El Periódico"
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Operários inspecionam o trem, que avançava a 139 km/h quando passava por estação
ROBERTO DIAS
EM BARCELONA
A noite da festa de São
João acabou em tragédia na
Catalunha. Treze pessoas
morreram atropeladas por
um trem a 139 km/h quando
tentavam se unir à multidão
que tradicionalmente lota as
praias para celebrar a data.
A violência do acidente foi
tamanha que a polícia não
conseguiu divulgar ontem a
lista de mortos, dado o estado em que ficaram os corpos.
Por causa dos relatos de
testemunhas e de familiares,
sabe-se que a maioria dos
mortos é jovem e de origem
sul-americana. Há outros 14
feridos, pelo menos três deles em estado grave.
O atropelamento aconteceu na noite de quarta-feira,
em Castelldefels, a 20 km ao
sul de Barcelona.
Logo depois de descer dos
vagões, algumas pessoas decidiram atravessar a linha
férrea para chegar à saída da
estação. Mas não perceberam a aproximação, no sentido contrário, de outro trem.
As imagens da tragédia
eclipsaram as cenas de comemoração do São João, feriado na Catalunha e em outras partes da Espanha. A tradição da chamada "verbena
de Sant Joan" guarda semelhanças com a do Réveillon
no Brasil: muitos fogos de artifício e grandes aglomerações em festa nas praias.
O presidente da Generalitat (cargo equivalente ao de
governador da Catalunha),
José Montilla, atribuiu o acidente à "imprudência" das
vítimas, posicionamento endossado pelo governo espanhol. As autoridades dizem
que a estação cumpria os requisitos de segurança.
Mas se discute se a única
passagem subterrânea existente para cruzar por baixo
das vias é suficiente para o
enorme fluxo de pessoas de
uma festa anual como essa.
Uma passarela elevada que
existe na estação foi fechada
em reforma no ano passado.
Testemunhas indicam que
o túnel estava lotado antes
do acidente. Dez funcionários da companhia ferroviária começariam a trabalhar
sete minutos depois do acidente justamente para controlar a multidão.
Segundo a caixa-preta do
trem, além de a velocidade
estar dentro da permitida para o local, o condutor cumpriu a regra de tocar três vezes a buzina ao se aproximar
da estação -pessoas que estavam na estação, porém,
disseram não ter escutado.
O condutor, que passou
com sucesso por exame de
embriaguez, entrou em estado de choque e precisou de
ajuda psicológica.
O governo colombiano
confirmou que duas vítimas
são cidadãos do país. O cônsul equatoriano em Barcelona disse ter sido procurado
por famílias que não encontravam seus parentes e indicou que haveria também
mortos chilenos e bolivianos.
O consulado do Brasil disse não ter informação de brasileiros entre as vítimas.
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