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Santos radicaliza Colômbia, dizem Farc
Guerrilha qualifica de "ilegítima" a eleição do candidato de Uribe, que prometeu linha dura contra o grupo
Comunicado cita alto índice de abstenção em votação de domingo para desqualificar a vitória de ex-ministro
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
As Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia) disseram ontem que a vitória eleitoral de Juan Manuel Santos, que chamam de
"ilegítima", levará "à radicalização" no país.
Santos, eleito presidente
no domingo passado com
69% dos votos, foi ministro
da Defesa do atual mandatário, Álvaro Uribe, e comandante de recentes ofensivas
contra as Farc, como o resgate de Ingrid Betancourt e outros 14 reféns e o ataque que
matou o número dois da
guerrilha, Raúl Reyes.
"Com o triunfo ilegítimo
do continuísmo, repudiado
pela abstenção cidadã [a taxa de abstenção no pleito foi
de 55%, o que não é incomum na Colômbia, onde o
voto é facultativo], o país entrou em processo de radicalização da luta política", disse
o comunicado do secretariado das Farc.
Foi a primeira reação da
guerrilha à vitória de Santos,
que assume em 7 de agosto e
que prometeu manter a linha
dura contra o grupo.
As Farc acusaram Santos
de usar a "máquina do Estado" para se eleger e de estimular "crimes contra a humanidade" pelo escândalo
dos "falsos positivos" (em
que militares mataram civis e
apresentaram os mortos como sendo guerrilheiros).
A guerrilha ainda mantém
19 reféns militares -que quer
trocar por rebeldes presos,
ideia rejeitada por Santos e
por Uribe- e um número
desconhecido de sequestrados comuns, pelos quais pede resgate em dinheiro.
NOVA CHANCELER
Santos nomeou ontem Maria Angela Holguín, ex-embaixadora em Caracas, para
o cargo de chanceler. O
anúncio é visto como tentativa de distensão nas relações
com a Venezuela, com quem
a Colômbia não mantém relações diplomáticas plenas.
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