São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 2006

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Israel aumenta controle de aldeias no sul do Líbano

Hizbollah mata soldados israelenses; Exército afirma ter prisioneiros do grupo

Militares planejam embates na região pelo menos até este domingo; bombardeios matam 2 civis libaneses, e saldo de mortos vai a 384

MICHEL GAWENDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE HAIFA

Dois soldados de Israel foram mortos e 20 ficaram feridos no segundo dia de combates com o Hizbollah pelo controle da aldeia xiita de Bint Jbeil, considerada "capital" do grupo terrorista no sul do Líbano, de alto valor simbólico.
O Hizbollah não divulga número de mortos, mas os israelenses dizem que mataram dez guerrilheiros e fizeram prisioneiros, que estão sendo interrogados. Israel também mantém pelo menos nove corpos de membros do Hizbollah, que podem ser usados em trocas.
Três tanques do Exército israelense foram avariados pelo Hizbollah, com minas e mísseis. Dois pilotos morreram na queda de um helicóptero Apache em território israelense. O aparelho pode ter sido derrubado por um míssil portátil do grupo. Foi o segundo incidente com helicópteros israelenses em menos de uma semana. Na quinta-feira, dois Apaches chocaram-se no ar e dois pilotos morreram. Cada aparelho custa US$ 35 milhões.
Os militares israelenses dizem que assumiram o controle das entradas de Bint Jbeil, em ação terrestre com apoio aéreo e de artilharia. Anteontem, o Exército israelense assumiu o controle de Maroun al Ras, aldeia no topo de um monte a 500 metros da fronteira, ponto de observação de toda a região.
As mortes dos soldados israelenses só foram anunciadas horas depois do conflito. O Exército só divulga mortes depois de avisar as famílias dos soldados. A política geral de Israel é evitar a divulgação de detalhes dos combates, principalmente depois de acusações de falha de informações de Inteligência, que teriam provocado erros na ofensiva.
Na avaliação de oficiais, o Exército tem pelo menos até domingo para continuar a ofensiva, sob pressão diplomática por um cessar-fogo. Foram convocados reservistas e há mais tanques e blindados esperando para entrar em ação.

Beirute sem ataques
A Força Aérea israelense manteve os bombardeios contra o sul do Líbano, mas não atacou Beirute por causa da presença da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice.
Um libanês foi morto em casa durante um bombardeio de caças israelenses. O número oficial de mortos no Líbano chegou a 384, sendo 20 soldados do Exército regular e 11 homens do Hizbollah.
Os caças atingiram também Nabatiyeh, Sidon e Tiro, de onde Israel diz que estão sendo lançados foguetes contra Haifa. Pela primeira vez desde o início do conflito, foi atacado um campo de refugiados palestinos perto de Tiro. Um homem morreu e 15 ficaram feridos.
Mesmo sob ataque pesado de artilharia e por terra, o Hizbollah manteve o poder de fogo e disparou foguetes contra 15 localidades no norte de Israel. Houve 16 feridos.
"O grupo tem uma estrutura respeitável, oferece resistência. Não temos ilusões sobre sua capacidade, porque durante anos preparou-se para este combate. Mas está erodindo aos poucos", disse ontem o brigadeiro-general Ido Nechushtan.

Sharon
Em Tel Aviv, o estado de saúde do ex-premiê de Israel Ariel Sharon ficou estável, segundo comunicado do hospital Tel Hashomer. Houve piora no funcionamento renal no fim de semana. Mas não há "perigo imediato", segundo os médicos.


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