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entrevista
Olmert investe na guerra de informação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE HAIFA
O governo de Israel atua
também no front da guerra
da informação, com diplomatas, oficiais do Exército e
autoridades do governo dispostos a conversar com a mídia. Além de facilitar o trabalho das centenas de jornalistas estrangeiros que cobrem
o conflito, isso tem o objetivo
óbvio de passar uma imagem
positiva do país.
Gideon Meir é o porta-voz
do Ministério das Relações
Exteriores do governo de
Ehud Olmert para a mídia
estrangeira. Ele afirma que
autoridades israelenses já
deram mais de 650 entrevistas desde o início do conflito.
Em conversa com a Folha,
Meir disse achar difícil
apontar quem está ganhando nesse aspecto da guerra,
mas avalia que a mídia internacional demonstra mais
entendimento em relação à
posição de Israel.
(MG)
FOLHA - Como está sendo gerenciada a guerra de informações?
GIDEON MEIR - Todo o Ministério do Exterior está envolvido. Estamos trabalhando
duro. Desde o começo do
conflito nossos representantes já deram mais de 650 entrevistas, entre declarações
oficiais, conversas em off
[sem citação da fonte] e explicações para diferentes temas ligados ao conflito. Abrimos um centro de informação em Haifa e estamos fazendo tudo o quer for possível para ajudar os jornalistas.
FOLHA - Qual a mensagem que
o sr. tenta passar?
MEIR - Nossa mensagem é a
de que estamos combatendo
para salvar o Líbano e os libaneses do domínio do Hizbollah. E, é claro, os nossos cidadãos também. A mensagem de que a presença do
Hizbollah é uma ameaça para toda a região.
FOLHA - Quem está ganhando
esta guerra de informações?
MEIR - É difícil dizer. Mas
percebemos que os meios de
comunicação estão demonstrando mais entendimento
em relação à posição de Israel, de que esta guerra é justa, de que estamos reagindo a
uma ação e a uma provocação do Hizbollah.
FOLHA - Como é possível justificar uma guerra e passar essa
mensagem diante do alto número de mortos civis?
MEIR - Isso acontece pelo fato de o Hizbollah usar a população como escudo. Irã e
Síria, que sustentam o grupo,
não se importam com civis.
Nem com libaneses nem
com israelenses nem com os
palestinos, apesar do discurso de que lutam pelos seus
direitos. A morte de civis interessa aos terroristas, que
não dão valor à vida.
FOLHA - E como o sr. poderia explicar o fato de brasileiros terem
sido mortos em ataques israelenses?
MEIR - Não matamos essas
pessoas pelo fato de serem
brasileiros. Só atacamos alvos do Hizbollah. Nossa intenção não é matar civis. Isso
é contra as nossas crenças
como israelenses e como judeus. Não somos como o
Hizbollah ou como os grupos
terroristas palestinos, que
disparam de propósito contra civis.
FOLHA - Qual imagem o sr. gostaria que marcasse esta guerra?
MEIR - Nem a dos civis libaneses mortos nem dos israelenses mortos nem de Hassan Nasrallah declarando vitória. Quero ver a imagem do
fim do Hizbollah e do seu domínio no Líbano. Quero ver
imagens de crianças israelenses e libanesas voltando
para as escolas e voltando a
viver.
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