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Mercosul diz que não reconhecerá eleição organizada pelos golpistas
THIAGO GUIMARÃES
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO
Os presidentes dos países do
Mercosul exprimiram ontem,
em Assunção, seu apoio ao presidente deposto de Honduras,
Manuel Zelaya, e reafirmaram
que não considerarão como legítimas eleições realizadas pelo
governo golpista -a eleição
presidencial para escolher o sucessor de Zelaya, marcada para
novembro, teve a data mantida
após o golpe.
"Não podemos tolerar a ficção de um governo que destitui
outro democrático e depois se
compromete a convocar eleições, e então se reconhece esse
processo eleitoral", afirmou a
presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Para ela, o aval a uma eleição
convocada pelos golpistas seria
o "atestado de óbito da Carta
Democrática da OEA [Organização dos Estados Americanos]", com base na qual Honduras foi suspensa da entidade.
O paraguaio Fernando Lugo
afirmou que Honduras representa "uma ferida que sangra
na democracia regional". O
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse apoiar esforços da
comunidade internacional pela
restituição de Zelaya "no mais
breve prazo possível".
Os chefes de Estado do Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e
dos países associados ao bloco
(Venezuela, Colômbia, Chile,
Equador, Peru e Bolívia) divulgaram declaração conjunta em
repúdio ao golpe.
Segundo o texto, o Mercosul
promoverá a aprovação de resolução na OEA para garantir
que a suspensão de Honduras
da entidade não poderá ser revertida a partir de "atos unilaterais de autoridades ilegítimas" -ou seja, a realização de
eleições pelos golpistas.
O apoio a Zelaya veio inclusive do chanceler da Colômbia,
Jaime Bermúdez, que cobrou
"o retorno imediato da constitucionalidade a Honduras, para
evitar que se crie um antecedente que nenhum país da região está disposto a aceitar".
Na segunda, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, recebeu comitiva do governo interino hondurenho -outros países
da região condenam qualquer
diálogo com os golpistas.
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