São Paulo, sábado, 25 de julho de 2009

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Mercosul diz que não reconhecerá eleição organizada pelos golpistas

THIAGO GUIMARÃES
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

Os presidentes dos países do Mercosul exprimiram ontem, em Assunção, seu apoio ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e reafirmaram que não considerarão como legítimas eleições realizadas pelo governo golpista -a eleição presidencial para escolher o sucessor de Zelaya, marcada para novembro, teve a data mantida após o golpe.
"Não podemos tolerar a ficção de um governo que destitui outro democrático e depois se compromete a convocar eleições, e então se reconhece esse processo eleitoral", afirmou a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Para ela, o aval a uma eleição convocada pelos golpistas seria o "atestado de óbito da Carta Democrática da OEA [Organização dos Estados Americanos]", com base na qual Honduras foi suspensa da entidade.
O paraguaio Fernando Lugo afirmou que Honduras representa "uma ferida que sangra na democracia regional". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse apoiar esforços da comunidade internacional pela restituição de Zelaya "no mais breve prazo possível".
Os chefes de Estado do Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e dos países associados ao bloco (Venezuela, Colômbia, Chile, Equador, Peru e Bolívia) divulgaram declaração conjunta em repúdio ao golpe.
Segundo o texto, o Mercosul promoverá a aprovação de resolução na OEA para garantir que a suspensão de Honduras da entidade não poderá ser revertida a partir de "atos unilaterais de autoridades ilegítimas" -ou seja, a realização de eleições pelos golpistas.
O apoio a Zelaya veio inclusive do chanceler da Colômbia, Jaime Bermúdez, que cobrou "o retorno imediato da constitucionalidade a Honduras, para evitar que se crie um antecedente que nenhum país da região está disposto a aceitar".
Na segunda, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, recebeu comitiva do governo interino hondurenho -outros países da região condenam qualquer diálogo com os golpistas.


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