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REPARAÇÃO
Militar indeniza vítima
Argentina abre brecha para revisar anistia
DE BUENOS AIRES
Uma decisão ditada ontem pela
Suprema Corte de Justiça da Argentina confirmou que os crimes
de lesão à humanidade não prescrevem. A decisão confirmou a
condenação à prisão perpétua do
ex-agente da polícia secreta Enrique Arrancibia Clavel pelo assassinato do general chileno Carlos
Prats e sua esposa Sofia Cuthbert
em 1974 e abre precedente para
que sejam anuladas a Lei do Ponto Final e de Obediência Devida,
que anistiaram centenas de militares argentinos que atuaram na
repressão promovida pela última
ditadura militar (1976-1983).
A Suprema Corte deve decidir
nas próximas semanas sobre a
constitucionalidade das leis de
anistia. A decisão de ontem cria
uma jurisprudência que favorece
a anulação das leis de anistia. Por
enquanto, nove chefes das Forças
Armadas foram condenados e 114
militares aguardam julgamento
na prisão, de acordo com o Centro de Estudos Legais (CELS).
Anteontem, o ex-almirante
Emílio Massera pagou 210 mil pesos (o equivalente em reais) a Daniel Tarnopolsky, que perdeu toda a família em 1976, como conseqüência das ações repressivas do
Estado militar. Foi a primeira indenização paga do próprio bolso.
A sentença de indenização havia sido estabelecida pela Suprema Corte há quatro anos, mas
Massero negou-se a pagá-la. No
início do mês, o juiz Juan Gutierrez Cabello determinou o seqüestro do apartamento de Massero
como forma de pagar a indenização. Tarnopolsky vai doar o dinheiro às Avós da Praça de Maio.
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