|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Comissão diz ter imagens do metrô
DA REDAÇÃO
A comissão independente que
investiga a morte do brasileiro
Jean Charles de Menezes em Londres afirmou ontem que tem em
mãos todos os elementos necessários para apurar o caso, inclusive
as imagens gravadas pelas câmeras de circuito interno da estação
de metrô de Stockwell, onde o incidente ocorreu.
A afirmação desmente reportagens recentes publicadas pela imprensa britânica segundo as quais
as imagens tinham sido deliberadamente apagadas pela polícia.
"Não há informação faltando.
Temos todas as informações de
que precisamos", disse Nick Harwick, diretor da Comissão Independente de Queixas sobre a Polícia (IPCC), após reunião de duas
horas com a missão enviada pelo
governo brasileiro para acompanhar as investigações. "Algumas
das imagens do circuito interno
que temos têm sido cruciais para
a investigação. Eu as vi e são de
grande ajuda."
"Ainda não conheço a verdade
do que ocorreu. Quando souber,
direi ao público", acrescentou
Harwick, pedindo paciência. O
relatório da comissão deve ficar
pronto em dezembro.
O embaixador Manoel Gomes
Pereira, um dos membros da missão brasileira, afirmou esperar
que um culpado seja encontrado.
"Um cidadão brasileiro foi morto, e acreditamos que alguém deva ser considerado culpado", afirmou Pereira após o encontro com
Harwick. "Esse caso cria uma situação em que o governo e a família no Brasil merecem algumas
respostas."
As imagens gravadas na estação
são cruciais para esclarecer as circunstâncias da morte do eletricista brasileiro por policiais que o tomaram por terrorista.
Segundo a versão policial, além
de ter saído de uma casa sob investigação, Menezes vestia um casaco pesado, saltou a catraca e não
atendeu às interpelações dos policiais, fugindo.
Porém documentos vazados da
IPCC mostraram que ele vestia
apenas uma jaqueta, andou calmamente pela estação, passou pela catraca com um bilhete eletrônico e correu apenas quando percebeu que o trem se aproximava.
Os documentos revelam ainda
que houve falha policial na identificação de Menezes como o terrorista que estava sendo procurado.
O agente responsável estava no
banheiro no momento da identificação.
As revelações fizeram crescer a
pressão sobre o comissário de polícia, Ian Blair, para que renuncie.
Ontem, o prefeito de Londres,
Ken Livingstone, saiu em defesa
de Blair, em entrevista à BBC, acusando policiais "descontentes" de
tentar solapar a credibilidade do
comissário.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Londres anuncia regras para deportação Próximo Texto: Iraque sob tutela: Alvo de protestos, Bush diz que vence guerra ao terror Índice
|