São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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França revê sua oferta e anuncia 2.000 soldados para força de paz no Líbano

DA REDAÇÃO

Depois de uma semana de hesitação, o presidente da França, Jacques Chirac, anunciou ontem que seu país vai enviar 2.000 soldados para reforçar a força de paz das Nações Unidas no sul do Líbano, que deve assegurar o cessar-fogo entre Israel e o grupo xiita Hizbollah.
Num discurso pela TV, Chirac disse que a França vai aumentar as suas tropas -já há 400 soldados franceses no Líbano- e que "a França está pronta, se a ONU o desejar, a continuar no comando da força". O país lidera o pequeno contingente de capacetes azuis da ONU que está na região desde 1978 e que será aumentado para até 15 mil homens.
Segundo Chirac, o país mudou sua posição porque a ONU deu à França as garantias de cumprir as condições exigidas para o comprometimento de suas tropas na missão. A França havia causado decepção, na semana passada, ao anunciar que iria apenas dobrar o contingente de 200 soldados.
"Dois batalhões suplementares virão, por terra, se juntar ao nosso dispositivo. Dois mil soldados franceses estarão assim sob capacetes azuis no Líbano."
Chirac disse que era sua responsabilidade conseguir garantias de que as tropas pudessem desempenhar sua missão.
"Pedi ao secretário-geral da ONU [Kofi Annan] para colocar a força em condição de máxima eficiência e de segurança", disse o mandatário, que declarou ter exigido, por exemplo, a possibilidade de ação diante de alguma "situação hostil".
A França ajudou a formular a resolução do Conselho de Segurança da ONU que permitiu a expansão da força de paz. Na última segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores italiano, Massimo d'Alema, anunciou que a Itália vai contribuir com um contingente de 2.000 a 3.000 soldados.
"Os franceses perceberam que tinham ido longe demais ao dar pouco demais", disse Dominique Moisi, analista do Instituto de Relações Internacionais da França. Para Moisi, o país foi pressionado "pelo desgoste nacional e internacional diante da contradição entre o que prometeu e o que fez".
Chanceleres da União Européia se reúnem hoje em Bruxelas para discutir a força internacional no sul do Líbano. A pressão sobre os europeus cresceu especialmente porque Israel rejeitou a participação de Malásia, Bangladesh e Indonésia -países dominantemente muçulmanos que não reconhecem o Estado judeu.
O conflito entre Israel e o Hizbollah, de pouco mais de um mês, fez a economia libanesa "regredir 15 anos", segundo o porta-voz do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em Genebra, Jean Fabre. As perdas são estimadas em US$ 15 bilhões, e cerca de 35 mil casas e estabelecimentos comerciais foram destruídos durante os ataques.

TV do Hizbollah
Autoridades norte-americanas anunciaram ontem a prisão de Javed Iqbal, 42, acusado de violar leis federais dos EUA ao fornecer a clientes na região de Nova York sinal via satélite da TV Al Manar -operada pelo Hizbollah no Líbano. A estação, classificada neste ano pelo governo dos EUA como uma entidade terrorista, foi repetidamente atacada por Israel durante o conflito.


Com agências internacionais

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