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França revê sua oferta e anuncia 2.000 soldados para força de paz no Líbano
DA REDAÇÃO
Depois de uma semana de
hesitação, o presidente da
França, Jacques Chirac, anunciou ontem que seu país vai enviar 2.000 soldados para reforçar a força de paz das Nações
Unidas no sul do Líbano, que
deve assegurar o cessar-fogo
entre Israel e o grupo xiita Hizbollah.
Num discurso pela TV, Chirac disse que a França vai aumentar as suas tropas -já há
400 soldados franceses no Líbano- e que "a França está
pronta, se a ONU o desejar, a
continuar no comando da força". O país lidera o pequeno
contingente de capacetes azuis
da ONU que está na região desde 1978 e que será aumentado
para até 15 mil homens.
Segundo Chirac, o país mudou sua posição porque a ONU
deu à França as garantias de
cumprir as condições exigidas
para o comprometimento de
suas tropas na missão. A França havia causado decepção, na
semana passada, ao anunciar
que iria apenas dobrar o contingente de 200 soldados.
"Dois batalhões suplementares virão, por terra, se juntar ao
nosso dispositivo. Dois mil soldados franceses estarão assim
sob capacetes azuis no Líbano."
Chirac disse que era sua responsabilidade conseguir garantias de que as tropas pudessem
desempenhar sua missão.
"Pedi ao secretário-geral da
ONU [Kofi Annan] para colocar
a força em condição de máxima
eficiência e de segurança", disse o mandatário, que declarou
ter exigido, por exemplo, a possibilidade de ação diante de alguma "situação hostil".
A França ajudou a formular a
resolução do Conselho de Segurança da ONU que permitiu a
expansão da força de paz. Na
última segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores italiano, Massimo d'Alema, anunciou que a Itália vai contribuir
com um contingente de 2.000 a
3.000 soldados.
"Os franceses perceberam
que tinham ido longe demais ao
dar pouco demais", disse Dominique Moisi, analista do Instituto de Relações Internacionais da França. Para Moisi, o
país foi pressionado "pelo desgoste nacional e internacional
diante da contradição entre o
que prometeu e o que fez".
Chanceleres da União Européia se reúnem hoje em Bruxelas para discutir a força internacional no sul do Líbano. A
pressão sobre os europeus
cresceu especialmente porque
Israel rejeitou a participação de
Malásia, Bangladesh e Indonésia -países dominantemente
muçulmanos que não reconhecem o Estado judeu.
O conflito entre Israel e o
Hizbollah, de pouco mais de
um mês, fez a economia libanesa "regredir 15 anos", segundo o
porta-voz do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em Genebra,
Jean Fabre. As perdas são estimadas em US$ 15 bilhões, e cerca de 35 mil casas e estabelecimentos comerciais foram destruídos durante os ataques.
TV do Hizbollah
Autoridades norte-americanas anunciaram ontem a prisão
de Javed Iqbal, 42, acusado de
violar leis federais dos EUA ao
fornecer a clientes na região de
Nova York sinal via satélite da
TV Al Manar -operada pelo
Hizbollah no Líbano. A estação,
classificada neste ano pelo governo dos EUA como uma entidade terrorista, foi repetidamente atacada por Israel durante o conflito.
Com agências internacionais
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