São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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Rebeldes põem cabeça de Gaddafi a prêmio

Oposição líbia oferece recompensa e anistia para quem prender ou matar ditador; chanceler diz que guerra acabou

Ministro aconselha forças leais ao ditador a abandonarem as armas; complexo tomado é alvo de artilharia pró-regime

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um dia após a tomada do quartel-general de Muammar Gaddafi em Trípoli, capital da Líbia, os rebeldes endureceram o discurso e abandonaram o tom conciliador que mantinham.
Citado como possível líder na Líbia pós-Gaddafi, o presidente do Conselho Nacional de Transição, Abdel Jalil, praticamente autorizou o assassinato do ditador.
"O CNT anuncia que qualquer um do círculo próximo que mate Gaddafi ou o capture receberá anistia ou perdão por qualquer crime cometido", disse.
Ainda segundo Jalil, um empresário de Benghazi, bastião insurgente, ofereceu recompensa de US$ 1,6 milhão (R$ 2,5 milhões) pelo ditador.
Até agora, o discurso vinha sendo o de capturar Gaddafi e entregá-lo ao Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia (Holanda), para ser julgado por crimes de guerra.
O ditador continuava foragido ontem. Um de seus mais importantes aliados, o chanceler do país, Abdelati Obeidi, admitiu que a guerra acabou para o líder.
Em entrevista à emissora britânica Channel 4 News, Obeidi disse que os gaddafistas devem abandonar a luta, vencida pela oposição."Se estivesse no poder, diria a eles para baixar as armas", disse, por telefone, de Trípoli.
O diplomata é considerado um integrante moderado do gabinete de Gaddafi, mas ocupou vários postos de confiança no regime desde 1977. Ele garantiu não saber o paradeiro do ditador.
A oposição afirma ter controle de 80% de Trípoli, que ainda registra intensos confrontos, especialmente nas regiões próximas ao aeroporto e ao complexo Bab al Azizia, tomado no dia anterior por rebeldes.

MÍSSEIS
Durante todo o dia, militantes pró-Gaddafi no bairro de Abu Salim atiraram em direção ao ex-quartel-general do ditador. Poucos civis arriscaram sair às ruas de Trípoli.
Depois da capital, o objetivo dos rebeldes é tomar Sirte, cidade natal de Gaddafi, de onde as forças leais ao ditador lançam mísseis contra Misrata. Especula-se ainda que o ditador possa estar escondido na cidade.
As tropas da oposição avançavam ontem em direção ao centro da cidade em duas frentes, a leste e oeste. Os rebeldes já estariam recebendo apoio de militares das forças especiais de Reino Unido, França, Jordânia e Qatar em solo, segundo a CNN.
Um oficial da Otan confirmou que as tropas ajudaram os rebeldes a "melhorar suas táticas" para tomar a capital. Quatro jornalistas italianos foram sequestrados por gaddafistas ontem. Segundo o "Corriere della Sera", os repórteres já estão bem, em um apartamento em Trípoli.


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