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Em fala à ONU, israelense contesta iraniano
Premiê de Israel rebate fala negacionista de Ahmadinejad, feita na semana passada, e defende bombardeios à faixa de Gaza
Netanyahu defende a paz com um Estado palestino "desmilitarizado'; líder da ANP afirma que não vai voltar a negociar agora
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu,
rebateu ontem, em discurso à
Assembleia Geral da ONU, a
provocação do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, feita na semana passada,
que dizia que não há provas sobre o Holocausto e que o evento
histórico é uma mentira.
"E sobre os sobreviventes cujos braços ainda levam números marcados pelos nazistas?
Seriam eles mentira também?", questionou Netanyahu.
Pouco depois de exibir no palanque dois documentos que
atestam a ocorrência do fato
histórico, quando morreram
cerca de 6 milhões de judeus, o
líder linha-dura de Israel aproveitou para justificar os pesados bombardeios à faixa de Gaza, que mataram em torno de
1.400 palestinos, entre dezembro e janeiro passados.
Durante as três semanas de
confronto, pelo lado israelense,
quatro civis morreram por conta de foguetes disparados aleatoriamente contra o sul de Israel por radicais do Hamas.
O premiê disse, em seu discurso, que o ataque era a única
forma de agir diante dos oito
anos em que milhares de foguetes foram lançados em seu território -período no qual, diz
ele, a ONU "ficou em silêncio".
Aos líderes mundiais, Netanyahu teceu duras críticas ao relatório elaborado pelo juiz judeu sul-africano Richard
Goldstone sobre as operações
em Gaza.
"Em vez de condenar o terrorismo, alguns [funcionários] da
ONU estão condenando as vítimas", afirmou Netanyahu.
O relatório de Goldstone
apontou que havia indícios de
que tanto o Hamas quanto o
Exército de Israel teriam cometido crimes de guerra e até
mesmo crime contra a humanidade -e instava cada um dos
lados a conduzir investigações
de suas próprias ações.
Segundo informou o jornal
israelense "Haaretz", o governo
de Israel estava "aliviado" pelo
fato de o relatório ter sido pouco citado pelos líderes mundiais durante suas falas à Assembleia da ONU -que foi
mais pautada pela questão do
programa nuclear iraniano.
Negociações emperrada
Em discurso, Netanyahu disse que estava disposto a fazer a
paz com os palestinos, mas afirmou que, para que isso aconteça, um futuro Estado palestino
deveria ser "efetivamente desmilitarizado" -condição não
aceita pelos palestinos por inviabilizar a existência de um
Estado soberano.
Em resposta, o presidente da
Autoridade Nacional Palestina
(ANP), Mahmoud Abbas, disse
ontem que os palestinos não
vão voltar às negociações neste
momento por "discordâncias
fundamentais" com Israel.
Abbas frustrou, assim, o pedido de Obama feito anteontem, em discurso na ONU, em
favor de uma retomada de negociações sem precondições.
A ANP quer que Israel interrompa a construção de colônias
no território palestino como
precondição para retomar as
conversas. Antes, a posição era
compartilhada por Obama, que
agora, porém, prega a retomada
incondicional do diálogo.
Com agências internacionais
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