Apesar de pesquisas indicarem vantagem de Obama, republicano espera recuperar Estados-chave com novos temas

Expectativa do partido governista é que medo de aumento de impostos sob o democrata traga de volta parte dos eleitores perdidos

ADAM NAGOURNEY
DO "NEW YORK TIMES"

Apesar da posição desfavorável do republicano John McCain nas pesquisas de intenção de voto, sua equipe não dá por perdida a eleição de 4 de novembro. Seus assessores argumentam que ele continua a ter um caminho viável para a vitória. Eis alguns fatores que eles estarão observando com esperança nos dez dias finais de campanha:
1) Estados
Os assessores de McCain dizem que a chave para a vitória é recuperar os Estados republicanos nos quais Obama tomou a dianteira: Flórida, Indiana, Missouri, Carolina do Norte, Ohio e Virgínia. Se ele conseguir a vantagem em todos esses Estados e mais alguns vistos como republicanos, conquistaria os 270 votos necessários a uma vitória no Colégio Eleitoral.
Os assessores de McCain dizem que procurarão os votos adicionais de que ele precisa derrubando os democratas na Pensilvânia ou por uma combinação de vitórias em Estados como Colorado, Nevada, New Hampshire e Novo México.
2)Temas de campanha Os republicanos vêm explorando duas questões novas nos últimos dias. A primeira foi a resposta de Obama ao encanador de Ohio que perguntou sobre sua proposta de aumentar os impostos de domicílios com renda superior a US$ 250 mil ao ano; Obama declarou que existia uma necessidade de "distribuir a riqueza". McCain aproveitou a resposta para retomar o ataque com o argumento de que "ele elevará os impostos", que historicamente sempre funcionou bem em Estados como New Hampshire, Flórida e Iowa.
A outra foi a previsão do vice de Obama, senador Joe Biden, de que uma potência estrangeira testaria a competência do democrata criando uma crise em seus primeiros meses de Presidência. O argumento toca em um dos pontos centrais da plataforma de McCain, a necessidade de que o próximo presidente tenha experiência em situações de alto risco.
3)Pesquisas Os especialistas em pesquisas admitem que enfrentam problemas, dada a incerteza quanto a quem votará, em um eleitorado que poderá ser o maior da história do país. Embora a maioria das pesquisas nacionais mostre Obama em vantagem, em muitos Estados Obama e McCain disputam a liderança de muito mais perto.
A outra questão é se existe alguma resistência oculta entre os brancos quanto a votar em um negro. Isso poderia ser problema para Obama na Pensilvânia e em Ohio. Na recente pesquisa "New York Times"/CBS, um terço dos eleitores disse conhecer alguém que não votaria em Obama porque ele é negro.
4) Comparecimento Obama conseguiu grande expansão de eleitores registrados.
A questão é determinar se os eleitores que devem votar pela primeira vez, especialmente os jovens, comparecerão de fato.