São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2003

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CRIME

Pena depende de confirmação

Atirador de Washington é sentenciado à morte

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O "franco-atirador de Washington", John Allen Muhammad, 42, foi condenado à morte ontem pelo assassinato de uma das dez pessoas mortas em uma série ataques que aterrorizaram a região da capital americana em 2002.
A sentença tem de ser oficializado em 12 de fevereiro de 2004. Se confirmada, haverá apelação automática na Suprema Corte do Estado.
Caso perca essa apelação, Muhammad, veterano da Guerra do Golfo (1991), divorciado e pai de três filhos, terá de escolher entre ser eletrocutado ou morrer com uma injeção letal.
Um júri da Virgínia condenou Muhammad em dois crimes considerados capitais: o assassinato de Dean Meyers, em 17 de novembro de 2002, e "ato de terrorismo", segundo a nova lei do Estado aprovada após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Muhammad foi julgado na Virgínia por indicação do secretário da Justiça, John Ashcroft, pelo fato de o Estado prever a pena de morte e ter algumas das leis mais duras dos EUA contra o terror.
O julgamento do outro acusado de atuar nos ataques, Lee Malvo, 18, está em andamento e também pode resultar na pena de morte.
Malvo tinha 17 anos na ocasião dos crimes, e sua defesa afirma que Muhammad promoveu nele uma "lavagem cerebral".
Os julgamentos de Muhammad e Malvo, iniciados há seis semanas, mobilizaram a mídia com detalhes, descrições e imagens mórbidas de vítimas desfiguradas pela ação dos atiradores.
A maioria das vítimas morreu atingida por projéteis de grande impacto, disparados de longa distância, enquanto estava em estacionamentos de supermercados ou em postos de gasolina -caso de Dean Meyers.
No início do julgamento, Muhammad quis fazer sua defesa sem a ajuda de advogados.
Dois dias depois do início do processo, no entanto, advogados públicos entraram no caso e tentaram provar que o fim do casamento do réu e a perda da guarda de seus filhos teriam levado Muhammad a uma situação de "desequilíbrio emocional profundo".
A acusação, no entanto, insistiu na tese de que os assassinatos eram apenas uma "cortina de fumaça" para que Muhammad pudesse tentar matar sua ex-mulher, Mildred, então moradora da região onde ocorreram algumas das mortes. Ela testemunhou contra ele no tribunal.


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