|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRIME
Pena depende de confirmação
Atirador de Washington é sentenciado à morte
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O "franco-atirador de Washington", John Allen Muhammad, 42,
foi condenado à morte ontem pelo assassinato de uma das dez pessoas mortas em uma série ataques
que aterrorizaram a região da capital americana em 2002.
A sentença tem de ser oficializado em 12 de fevereiro de 2004. Se
confirmada, haverá apelação automática na Suprema Corte do
Estado.
Caso perca essa apelação, Muhammad, veterano da Guerra do
Golfo (1991), divorciado e pai de
três filhos, terá de escolher entre
ser eletrocutado ou morrer com
uma injeção letal.
Um júri da Virgínia condenou
Muhammad em dois crimes considerados capitais: o assassinato
de Dean Meyers, em 17 de novembro de 2002, e "ato de terrorismo", segundo a nova lei do Estado aprovada após os atentados de
11 de setembro de 2001.
Muhammad foi julgado na Virgínia por indicação do secretário
da Justiça, John Ashcroft, pelo fato de o Estado prever a pena de
morte e ter algumas das leis mais
duras dos EUA contra o terror.
O julgamento do outro acusado
de atuar nos ataques, Lee Malvo,
18, está em andamento e também
pode resultar na pena de morte.
Malvo tinha 17 anos na ocasião
dos crimes, e sua defesa afirma
que Muhammad promoveu nele
uma "lavagem cerebral".
Os julgamentos de Muhammad
e Malvo, iniciados há seis semanas, mobilizaram a mídia com detalhes, descrições e imagens mórbidas de vítimas desfiguradas pela
ação dos atiradores.
A maioria das vítimas morreu
atingida por projéteis de grande
impacto, disparados de longa distância, enquanto estava em estacionamentos de supermercados
ou em postos de gasolina -caso
de Dean Meyers.
No início do julgamento, Muhammad quis fazer sua defesa
sem a ajuda de advogados.
Dois dias depois do início do
processo, no entanto, advogados
públicos entraram no caso e tentaram provar que o fim do casamento do réu e a perda da guarda
de seus filhos teriam levado Muhammad a uma situação de "desequilíbrio emocional profundo".
A acusação, no entanto, insistiu
na tese de que os assassinatos
eram apenas uma "cortina de fumaça" para que Muhammad pudesse tentar matar sua ex-mulher,
Mildred, então moradora da região onde ocorreram algumas das
mortes. Ela testemunhou contra
ele no tribunal.
Texto Anterior: Bush é tema de concurso de curta-metragem Próximo Texto: Panorâmica - Colômbia: ELN liberta dois turistas estrangeiros Índice
|