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Equatorianos encerram "campanha do medo"
Empatados, conservador Noboa e esquerdista Correa dizem que haverá tragédia se adversário vencer
DA REDAÇÃO
Ataques pesados entre os
dois candidatos marcaram o
fim da campanha para o segundo turno das eleições presidenciais no Equador. Em busca da
vitória na eleição de amanhã, o
milionário conservador Álvaro
Noboa e o esquerdista ex-ministro da Economia Rafael Correa recorreram ao medo para
mostrar ao eleitorado os perigos da vitória do adversário.
Pesquisa divulgada ontem
pelo instituto Cedatos-Gallup
mostra empate técnico -Correa tem 52% das preferências, e
Noboa, 48%, sendo a margem
de erro de três pontos percentuais para cima ou para baixo.
No primeiro turno, em 15 de
outubro, Noboa teve 26,8% dos
votos, e Correa, 22.8%.
Homem mais rico do país,
Noboa, 56, que fez fortuna com
a produção de bananas, disse
que o Equador vai se transformar em "outra Cuba" e que haverá "uma guerra civil, com
derramamento de sangue" se
Correa for o vitorioso.
Já Correa, próximo ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que o Equador "não
será um país de mendigos nem
uma fazenda bananeira para o
herdeiro mais metido do país".
Os dois fizeram anteontem à
noite seus comícios finais -a
propaganda eleitoral no país
era proibida a partir da meia-noite de ontem.
"Correa pretende armar um
ministério com terroristas e
comunistas", declarou o conservador, conhecido como "o
rei da banana", em Guayaquil, a
maior cidade do país.
Na capital, Quito, o esquerdista disse que o Equador "vencerá os talões de cheque que
quiseram comprá-lo".
Deus e instabilidade
Além de recorrer ao medo,
ambos os candidatos tentaram
mostrar seu fervor católico na
campanha. Dos 13,5 milhões de
equatorianos, 93% se declaram
católicos.
Noboa apareceu em comícios
com uma bíblia na mão, rezou o
Pai-Nosso antes dos discursos e
ainda chamou seus seguidores
de "grande legião de Deus".
Já Correa, que se define como "humanista cristão", foi a
várias missas durante a campanha acompanhado por sua família. Ele já foi voluntário salesiano em aldeias indígenas no
sul do Equador.
A eleição é a mais disputada
desde que o país se redemocratizou, em 1978. Mas a radicalização dos discursos pode manter a instabilidade constante
que marcou a última década
-quando nenhum presidente
eleito pôde concluir o mandato.
Os últimos três foram derrubados por revoltas populares e
destituídos pelo Congresso -o
populista Abdalá Bucarám em
1997, o conservador Jamil Mahuad em 2000 e, em 2005, o esquerdista Lucio Gutiérrez.
O atual presidente, Alfredo
Palacio, vice de Gutiérrez, tomou posse com a destituição
dele. Crises econômicas sucessivas levaram o país a dolarizar
sua economia em 2000.
Com agências internacionais
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