São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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EUA se mobilizam em prol de sul-coreanos

País desloca porta-aviões nuclear para região após ataque da Coreia do Norte contra ilha sul-coreana anteontem

Descoberta de corpos de 2 civis aumenta tensão; Washington pede a Pequim que intervenha com aliada Pyongyang

Bang Sung-hae/Associated Press
Manifestante sul-coreano incendeia uma bandeira da Coreia do Norte em protestos em Seul contra ataque de anteontem

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Os EUA e a Coreia do Sul iniciam neste domingo exercício naval no mar Amarelo em reação ao bombardeio norte-coreano contra uma ilha sul-coreana, anteontem.
Na frente diplomática, Washington exortou Pequim a adotar uma posição mais firme com a Coreia do Norte.
Para liderar as manobras, Washington deslocou o porta-aviões nuclear USS George Washington (75 aeronaves e 6.000 tripulantes), estacionado numa base no Japão.
A realização dos exercícios, com duração prevista de quatro dias, foi decidida em conversa por telefone entre o presidente americano, Barack Obama, e seu colega sul-coreano, Lee Myung-bak.
No campo diplomático, os EUA exortaram a China a influenciar a Coreia do Norte, que tem em Pequim seu principal aliado, contra ações militares como a de anteontem.
"A China é essencial para colocar a Coreia do Norte numa direção fundamentalmente diferente", disse o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley.
"Esperamos que a China seja clara, como nós somos, sobre a quem cabe a responsabilidade da situação."
O chefe do Estado Maior Conjunto americano, Michael Mullen, atribuiu o ataque à sucessão do ditador Kim Jong-il em favor de seu filho, Kim Jong-un.
Ontem, a China voltou a exortar que as Coreias "mantenham a calma" e retomem o diálogo "o mais rápido possível".
Pequim defende a volta das negociações multilaterais (as duas Coreias, China, Rússia, Japão e EUA), paralisadas desde 2009. Washington diz que não volta à mesa enquanto Pyongyang continuar seu programa nuclear.

RETALIAÇÕES
A Coreia do Sul anunciou ontem a interrupção da ajuda humanitária ao Norte, que já estava bastante reduzida, com média mensal de US$ 500 mil, quase só alimentos.
Em março, Seul já havia interrompido quase todo o comércio com o vizinho após o afundamento do navio militar sul-coreano Cheonan. Pyongyang nega que tenha torpedeado a embarcação.
Agora, o único laço econômico importante é o encrave industrial da Coreia do Sul na cidade norte-coreana de Kaesong, perto da fronteira. São 121 empresas que empregam 44 mil norte-coreanos.
A nova crise na Península Coreana foi provocada por uma intensa troca de disparos de artilharia na ilha de Yeonpyeong, controlada pelo Sul, mas geograficamente mais próxima do Norte.
Os dois lados se acusam de ter iniciado o confronto, um dos mais graves desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953.
Ontem, equipes de resgate sul-coreanas encontraram os corpos de dois civis na ilha, elevando para quatro o número de mortos no ataque -os outros dois eram militares. A Coreia do Norte não informou se teve baixas.


Com agências internacionais


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