São Paulo, sábado, 25 de dezembro de 2010

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Especialistas preveem faíscas com Brasil

DE WASHINGTON

Assim como sua vizinhança, o Brasil poderá receber um pouco mais de atenção do Congresso americano com a chegada de mais republicanos ao Capitólio.
O país não é nem deve se tornar prioridade para os EUA no continente. Mas, se ganhar mais olhares, a tendência é de mais fricção.
Neste ano, boa parte das menções ao Brasil na Câmara dos Representantes veio acompanhada de críticas ou pela posição cordata quanto ao Irã ou pela atuação do país em relação ao golpe em Honduras, ocorrido em 2009.
Os primeiros sinais de que isso poderá se acirrar foram dados pelo deputado Connie Mack, próximo líder da subcomissão para o Hemisfério Ocidental. Em nota divulgada após a eleição de Dilma Rousseff, Mack advertiu o país a mudar de curso.
"Rousseff deve decidir se vai continuar a relação do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] com ladrões e autocratas como Hugo Chávez, os irmãos Castro e o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad", afirmou.
"Sua eleição é uma oportunidade para o Brasil rejeitar a influência desestabilizadora de Chávez e Ahmadinejad no hemisfério e fortalecer a liberdade, a segurança e a prosperidade da região."
Peter Hakim, presidente emérito do think tank Diálogo Interamericano, vê aí receita para conflitos.
"Se, como é esperado, Dilma mantiver a política externa do governo Lula, o Brasil poderá ver sua diplomacia destacada e atacada pela liderança republicana da Câmara. [E os republicanos] devem pressionar por reações mais robustas contra Brasília do que a Casa Branca ou o Departamento de Estado poderiam assumir", diz.
"A Casa Branca aguenta a pressão, mas as relações Brasil-EUA podem se tornar mais difíceis de gerenciar do que foram nos últimos dois anos", completa.
Larry Birns, diretor do think tank Council on Hemispheric Affairs, não crê porém que a liderança republicana na Câmara terá muito interesse em se focar no Brasil.
Ele diz que a próxima líder da Comissão de Relações Exteriores da Casa, Ileana Ros-Lehtinen, se desviará pouco de seus principais alvos, Venezuela e Cuba.
"[Mas] se ela atentar para o Brasil, dificilmente vai ser para construir uma relação mais amigável", declarou à Folha. (AM)


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