|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Morte de ministra paralisa o Equador
Acidente de helicóptero ocorreu próximo à base norte-americana de Manta; presidente minimiza hipótese de atentado
Titular da Defesa tomara posse havia 11 dias; morte suspende manifestações
por aprovação da consulta popular para Constituinte
Cecilia Puebla/Efe
|
Em funeral de Laverra, Correa disse que vai "recuperar a pátria" |
DA REDAÇÃO
A recém-empossada ministra da Defesa do Equador, Guadalupe Larriva, 50, morreu na
noite de anteontem em uma
colisão entre dois helicópteros,
que matou também sua filha
Claudia, 17, e cinco militares. O
incidente provocou incertezas
no já conturbado cenário político equatoriano.
Apesar de o ministro do Interior ter considerado as circunstâncias do acidente "anormais", o presidente do Equador, Rafael Correa, minimizou
a hipótese de atentado.
"Parece que foi um infeliz
acidente, mas, para que não haja dúvida, o governo formou um
comissão neutra especial para
supervisionar a investigação",
afirmou Rafael, que tomou posse há apenas 11 dias.
A pedido de Quito, especialistas franceses e chilenos irão
supervisionar as investigações.
Os helicópteros, de marca Gacela, eram franceses.
Aparentemente, as hélices
dos dois helicópteros se chocaram durante um exercício militar noturno, próximo à base
militar de Manta, no litoral do
país. A base, que foi cedida aos
EUA em 1999, voltará ao controle do Equador em 2009, segundo anunciou Correa ao ser
eleito, no final do ano passado.
Segundo fontes militares, o
helicóptero onde estava Larriva e sua filha se incendiou.
Membros de partidos da esquerda pediram que nenhuma
hipótese sobre as causas do acidente seja descartada.
"O que devemos antecipar é
que o Equador tem uma má
história de investigação de casos como esse", afirmou Gustavo Ayala, presidente do Partido
Socialista -cargo que antes
pertencia a Larriva. O presidente Jaime Roldós (1979-81),
ministros e militares já foram
vítimas de acidentes aéreos.
A morte provocou uma trégua nas manifestações que vêm
ocorrendo no país desde a última terça-feira, quando o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE)
deveria ter decidido se o referendo convocado por Correa
sobre a convocação de uma Assembléia Constituinte é legal.
Ao invés de tomar uma decisão,
o TSE transferiu a responsabilidade para o Congresso.
A Constituinte foi a base da
plataforma de Correa, cujo partido, Aliança País, não lançou
candidatos ao Legislativo.
Os manifestantes pedem a
aprovação do referendo, visto
por Correa como passo fundamental rumo a uma "revolução
socialista", prometida ao assumir a Presidência.
Durante o funeral das sete
pessoas mortas no acidente,
Correa afirmou que, com a
"inspiração" de Larriva, continuará com sua missão de "recuperar a pátria". "Renovamos
nosso juramento de que não vamos dar um só passo para trás."
Com agências internacionais
Texto Anterior: Amorim sugere conferência de paz regional Próximo Texto: Análise: Cassado, Gutiérrez mostra força Índice
|