DE BUENOS AIRES

Acusada de crimes contra a humanidade em processos abertos dentro da política de condenação de repressores do presidente Néstor Kirchner, Isabelita Perón -viúva do general Juan Domingo Perón (1895-1974) e ex-presidente (1974-76)- recebeu um apoio inusitado do colega Eduardo Duhalde, desafeto declarado de Kirchner e principal cacique peronista.
O ex-presidente ofereceu seus serviços como advogado para defendê-la na Justiça.
Dizendo-se "afastado da política", Duhalde age silenciosamente dentro do PJ (Partido Justicialista) para minar a reeleição de Kirchner e, sobretudo, a eventual candidatura da primeira-dama, Cristina Kirchner, nas eleições de outubro.
As acusações contra Isabelita aumentaram o mal-estar entre os setores do peronismo clássico e Kirchner, que, quando jovem, foi detido duas vezes sob o governo da viúva de Perón.
Isabelita, que vive em Madri desde 1981, é ré em ação que julga crimes contra a humanidade praticados pela organização de ultradireita Triple A, presidida por um de seus ministros. Há indícios de que o próprio Perón ordenou a criação da Triple A, sob anuência de sua mulher. (BL)


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