São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mexicano confessa ter dissolvido 300 corpos

DA REDAÇÃO

Um traficante de drogas confessou à polícia mexicana que dissolveu os corpos de cerca de 300 vítimas com corrosivos químicos. Santiago Meza, que foi preso em Ensenada, localidade a cerca de 800 quilômetros da fronteira com os Estados Unidos, relatou que, durante dez anos, utilizou soda cáustica para se desfazer dos cadáveres, a maioria de rivais que lhe eram entregues por uma facção do cartel Fernando Arellano Félix, de Tijuana.
O caso provocou uma comoção no México. Após o anúncio da prisão de Meza, centenas de pessoas procuraram as autoridades na esperança de localizar os corpos de parentes desaparecidos na guerra do narcotráfico, que fez mais 5.700 vítimas só em 2008.
"Temos esperança de que algumas dessas pessoas sejam nossos parentes", declarou Fernando Oseguera, cujo filho está desaparecido desde 2007.
O México vive uma onda de violência nos últimos dois anos, e o presidente Felipe Calderón assumiu o combate ao narcotráfico como meta de seu governo, colocando 36 mil soldados para enfrentar os cartéis que disputam o mercado norte-americano.
Ao falar com os jornalistas na sexta, o suspeito relatou que recebia US$ 600 por semana para desaparecer com os corpos. "Eu não sentia nada", disse ele. "Eles me traziam os mortos e eu apenas me desfazia deles."
Segundo o traficante, os cadáveres eram dissolvidos em tambores industriais na periferia da cidade de Tijuana, violento centro do tráfico no país que fica na fronteira com San Diego, cidade norte-americana no litoral do oceano Pacífico.
Os restos dos corpos, que levavam cerca de 24 horas para se decompor, eram enterrados em valas próximas.

Com agências internacionais


Texto Anterior: Sob nova direção/ Caos no Afeganistão: Karzai perde apoio norte-americano
Próximo Texto: Americanas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.