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"Digitais" formam exército "Obama 2.0"
DE WASHINGTON
Quando Don Tapscott chama
Barack Obama de primeiro
presidente digital, o estudioso
canadense não está usando
apenas uma frase de efeito.
Até a conclusão desta edição,
cerca de meio milhão de pessoas havia assistido no YouTube ao programa semanal de Barack Obama de sábado, sua estreia como presidente empossado. É o primeiro pronunciamento do tipo posto simultaneamente no endereço oficial
do governo americano e o no site para compartilhar vídeos.
Sob Bill Clinton (1993-2001),
entrou no ar o primeiro site da
Casa Branca, em outubro de
1994. George W. Bush (2001-2009) foi o primeiro presidente
a ter de aposentar o e-mail pessoal ao chegar ao poder, em janeiro de 2001 (G94B@aol.com,
suas iniciais e o ano em que se
elegeu governador no Texas).
Em termos tecnológicos,
Obama foi pioneiro em todo o
resto. Não só por conta do pronunciamento no YouTube ou
pelo fato de sua escolha de vice
ter sido comunicada por mensagem de celular. Depois de
muita luta, o democrata conseguiu levar seu celular multitarefa para a Casa Branca, feito
inédito. O aparelho, um BlackBerry, está sendo adaptado para seguir as normas de segurança do governo, e as mensagens
serão recebidas e enviadas para
uma lista autorizada.
Quer dizer, mesmo que o endereço caia na rede, quem escrever ao presidente terá a
mensagem recusada. Além disso, os e-mails serão projetados
-uma cópia em imagem do original-, para evitar que sejam
reencaminhados a destinatários não-autorizados. E a lista
de remetentes tem de passar
pelo crivo do departamento jurídico da Presidência.
De qualquer maneira, como
disse o próprio Obama, será
uma maneira de furar a "bolha"
em que o líder é colocado tão
logo faz o juramento. A equipe
que chega ao poder com ele
também faz seus furos na redoma oficial. Mais da metade dos
funcionários que Obama leva
para a Casa Branca e o prédio
executivo anexo são mais novos que o presidente, aos 47 o
quarto mais jovem da história.
Esse time de "digitais" quer
continuar a frequentar sites como Facebook, LinkedIn, Twitter, MySpace, YouTube, todos
proibidos pelo sistema de segurança do Executivo. Não é uma
questão só de lazer, mas um hábito de trabalho. Essa mesma
equipe, quando na campanha
do então candidato democrata,
arregimentou um exército digital de 13 milhões de nomes.
A lei proíbe que o presidente
faça uso dessa cobiçada lista de
e-mails, daí o então presidente
eleito ter criado dias antes de
assumir a organização "Obama
2.0", para os abrigar. Esta será
ligada ao comando do Partido
Democrata e convocará a lista
sempre que a agremiação julgar
necessária uma mobilização
-digamos, a favor de uma lei
apoiada pelo presidente ou
contra um grupo político que
emperra no Congresso uma
medida de seu interesse.
(SD)
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