São Paulo, terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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Voo com 90 a bordo cai perto de Beirute

Ethiopian Airlines afirma que não há indicação de sobreviventes; Líbano credita acidente ao mau tempo

DA REDAÇÃO

Um voo da empresa Ethiopian Airlines que ia de Beirute, no Líbano, a Adis Abeba, na Etiópia, com 90 pessoas a bordo caiu ontem em chamas no mar Mediterrâneo apenas meia hora após decolar às 2h37 de ontem (22h30 de domingo em Brasília). A queda foi inicialmente atribuída ao mau tempo, e o presidente libanês, Michel Suleiman, descartou por enquanto temores de terrorismo.
Até a noite de ontem, 21 corpos haviam sido retirados das águas frias do Mediterrâneo (18ºC à tarde), e equipes de buscas não tinham expectativa de encontrar sobreviventes. O voo ET409, um Boeing 737-800, levava 83 passageiros e sete tripulantes, sendo 54 libaneses, 22 etíopes e cidadãos de Canadá, Reino Unido, Rússia, França, Iraque, Síria e Turquia.
A embaixatriz da França no Líbano, Marla Pietton, estava no voo. O avião saiu dos radares cinco minutos após a decolagem e, segundo o Exército libanês, se partiu no ar. Uma testemunha descreveu a queda como "um intenso clarão que iluminou todo o mar".
O governo do Líbano decretou dia de luto, e o premiê Saad al Hariri visitou o aeroporto internacional de Beirute para falar com familiares das vítimas, muitos dos quais irritados pelo fato de o avião ter recebido permissão para decolar sob o mau tempo.
Girma Wake, diretor-executivo da Ethiopian Airlines, afirmou não acreditar que a tripulação aceitasse voar se as condições não permitissem: "Sim, havia mau tempo. Mas devia estar manejável, ou a equipe não teria decolado".
A aeronave que caiu ontem era considerada moderna, sendo operada pela empresa desde setembro de 2009. Já pertencera à irlandesa Ryanair e teve seu primeiro voo em 2002. A Ethiopian Airlines a comprou de uma divisão do CIT Group.
Segundo Wake, a última manutenção fora feita no Natal, e não encontrou problemas.
O modelo 737-800 é o mesmo da aeronave da Gol que sofreu colisão no ar com um jato Legacy em setembro de 2006, matando 154 pessoas -o primeiro de sete acidentes envolvendo Boeings 737-800 no mundo, quatro dos quais fatais.
Em um deles, em maio de 2007, um voo da Kenya Airways caiu menos de um minuto após a decolagem em Camarões, matando 114 pessoas. Já houve alertas de problemas com a medição de altitude de voo com esse modelo.
O acidente no Mediterrâneo foi o terceiro da estatal Ethiopian Airlines que resultou em mortes, segundo o site Airsafe.com. O primeiro, em 1988, foi causado pelo choque de pássaros com motores, e o mais recente, em 1996, ocorreu quando um 767-200 foi sequestrado e caiu perto das ilhas Comores.

Com agências internacionais



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