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Voo com 90 a bordo cai perto de Beirute
Ethiopian Airlines afirma que não há indicação de sobreviventes; Líbano credita acidente ao mau tempo
DA REDAÇÃO
Um voo da empresa Ethiopian Airlines que ia de Beirute,
no Líbano, a Adis Abeba, na
Etiópia, com 90 pessoas a bordo caiu ontem em chamas no
mar Mediterrâneo apenas meia
hora após decolar às 2h37 de
ontem (22h30 de domingo em
Brasília). A queda foi inicialmente atribuída ao mau tempo,
e o presidente libanês, Michel
Suleiman, descartou por enquanto temores de terrorismo.
Até a noite de ontem, 21 corpos haviam sido retirados das
águas frias do Mediterrâneo
(18ºC à tarde), e equipes de buscas não tinham expectativa de
encontrar sobreviventes. O voo
ET409, um Boeing 737-800, levava 83 passageiros e sete tripulantes, sendo 54 libaneses,
22 etíopes e cidadãos de Canadá, Reino Unido, Rússia, França, Iraque, Síria e Turquia.
A embaixatriz da França no
Líbano, Marla Pietton, estava
no voo. O avião saiu dos radares
cinco minutos após a decolagem e, segundo o Exército libanês, se partiu no ar. Uma testemunha descreveu a queda como "um intenso clarão que iluminou todo o mar".
O governo do Líbano decretou dia de luto, e o premiê Saad
al Hariri visitou o aeroporto internacional de Beirute para falar com familiares das vítimas,
muitos dos quais irritados pelo
fato de o avião ter recebido permissão para decolar sob o mau
tempo.
Girma Wake, diretor-executivo da Ethiopian Airlines, afirmou não acreditar que a tripulação aceitasse voar se as condições não permitissem: "Sim,
havia mau tempo. Mas devia
estar manejável, ou a equipe
não teria decolado".
A aeronave que caiu ontem
era considerada moderna, sendo operada pela empresa desde
setembro de 2009. Já pertencera à irlandesa Ryanair e teve
seu primeiro voo em 2002. A
Ethiopian Airlines a comprou
de uma divisão do CIT Group.
Segundo Wake, a última manutenção fora feita no Natal, e
não encontrou problemas.
O modelo 737-800 é o mesmo da aeronave da Gol que sofreu colisão no ar com um jato
Legacy em setembro de 2006,
matando 154 pessoas -o primeiro de sete acidentes envolvendo Boeings 737-800 no
mundo, quatro dos quais fatais.
Em um deles, em maio de
2007, um voo da Kenya Airways caiu menos de um minuto
após a decolagem em Camarões, matando 114 pessoas. Já
houve alertas de problemas
com a medição de altitude de
voo com esse modelo.
O acidente no Mediterrâneo
foi o terceiro da estatal Ethiopian Airlines que resultou em
mortes, segundo o site Airsafe.com. O primeiro, em 1988,
foi causado pelo choque de pássaros com motores, e o mais recente, em 1996, ocorreu quando um 767-200 foi sequestrado
e caiu perto das ilhas Comores.
Com agências internacionais
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