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Rivais palestinos fazem reunião preliminar no Egito
Encontro entre Hamas e Fatah, rompidos desde junho de 2007, é preparatório para conferência de reconciliação prevista para hoje
DA REDAÇÃO
Representantes do Hamas e
do Fatah realizaram ontem no
Cairo um encontro preliminar
à conferência de reconciliação
palestina, prevista para hoje
também na capital egípcia. Para membros dos dois grupos, a
reunião foi "positiva e promissora" e tratou principalmente
da libertação de prisioneiros.
Hamas e Fatah estão rompidos desde junho de 2007, quando o grupo radical islâmico,
vencedor das eleições legislativas de janeiro de 2006, expulsou o rival da faixa de Gaza por
discordâncias sobre o controle
das forças de segurança e a formação do governo de união. O
poder do secular Fatah ficou
restrito então à Cisjordânia.
Em um indicativo da importância que atribuem à iniciativa, ainda incipiente, de reconciliação, ambos enviaram altos
representantes: Moussa Abu
Marzouk, número dois do Hamas, e Ahmed Qorei, ex-premiê
da ANP (Autoridade Nacional
Palestina), pelo lado do Fatah.
Nas declarações à imprensa
após o encontro, mediado pelo
chefe da inteligência egípcia,
Omar Suleiman, o tom foi de
otimismo comedido. "Chegamos a um acordo sobre a libertação de mais prisioneiros e a
interrupção das campanhas de
difamação e ataques mútuos",
disse um membro do Fatah.
A reunião serviu "para quebrar o gelo", disse uma contraparte do Hamas. "Eles libertaram vários prisioneiros, mas
não é o suficiente. Esperamos
que as promessas se concretizem." O Fatah libertou anteontem mais de 40 prisioneiros do
Hamas, de cerca de 80 prometidos, em gesto de boa vontade.
O governo egípcio pretende
concluir um acordo entre as
partes e a formação de um governo palestino de união até o
final de março, a tempo do novo
gabinete ser legitimado em encontro da Liga Árabe, no Qatar.
Um eventual governo de consenso terá antes de superar, porém, divergências como a realização de eleições -o mandato
de Mahmoud Abbas, do Fatah,
na ANP expirou em janeiro- e
a divisão de ministérios, sobretudo na faixa de Gaza, onde o
Hamas reluta em abrir mão de
poder ao rival.
Da reconciliação depende a
viabilidade da reconstrução de
Gaza, arruinada pela recente
ofensiva israelense. EUA,
União Europeia e Israel não reconhecem o Hamas como interlocutor por sua posição de
negar a legitimidade da existência do Estado israelense.
Ontem, autoridades do Hamas e do Fatah estimaram em
US$ 2,8 bilhões o montante necessário para a tarefa a ser levantado na conferência no balneário de Sharm el Sheik (Egito), na próxima semana. Os
EUA já anunciaram US$ 900
milhões. Outro US$ 1 bilhão é
esperado da Arábia Saudita.
Com agências internacionais
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