São Paulo, quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

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Rivais palestinos fazem reunião preliminar no Egito

Encontro entre Hamas e Fatah, rompidos desde junho de 2007, é preparatório para conferência de reconciliação prevista para hoje

DA REDAÇÃO

Representantes do Hamas e do Fatah realizaram ontem no Cairo um encontro preliminar à conferência de reconciliação palestina, prevista para hoje também na capital egípcia. Para membros dos dois grupos, a reunião foi "positiva e promissora" e tratou principalmente da libertação de prisioneiros.
Hamas e Fatah estão rompidos desde junho de 2007, quando o grupo radical islâmico, vencedor das eleições legislativas de janeiro de 2006, expulsou o rival da faixa de Gaza por discordâncias sobre o controle das forças de segurança e a formação do governo de união. O poder do secular Fatah ficou restrito então à Cisjordânia.
Em um indicativo da importância que atribuem à iniciativa, ainda incipiente, de reconciliação, ambos enviaram altos representantes: Moussa Abu Marzouk, número dois do Hamas, e Ahmed Qorei, ex-premiê da ANP (Autoridade Nacional Palestina), pelo lado do Fatah.
Nas declarações à imprensa após o encontro, mediado pelo chefe da inteligência egípcia, Omar Suleiman, o tom foi de otimismo comedido. "Chegamos a um acordo sobre a libertação de mais prisioneiros e a interrupção das campanhas de difamação e ataques mútuos", disse um membro do Fatah.
A reunião serviu "para quebrar o gelo", disse uma contraparte do Hamas. "Eles libertaram vários prisioneiros, mas não é o suficiente. Esperamos que as promessas se concretizem." O Fatah libertou anteontem mais de 40 prisioneiros do Hamas, de cerca de 80 prometidos, em gesto de boa vontade.
O governo egípcio pretende concluir um acordo entre as partes e a formação de um governo palestino de união até o final de março, a tempo do novo gabinete ser legitimado em encontro da Liga Árabe, no Qatar.
Um eventual governo de consenso terá antes de superar, porém, divergências como a realização de eleições -o mandato de Mahmoud Abbas, do Fatah, na ANP expirou em janeiro- e a divisão de ministérios, sobretudo na faixa de Gaza, onde o Hamas reluta em abrir mão de poder ao rival.
Da reconciliação depende a viabilidade da reconstrução de Gaza, arruinada pela recente ofensiva israelense. EUA, União Europeia e Israel não reconhecem o Hamas como interlocutor por sua posição de negar a legitimidade da existência do Estado israelense.
Ontem, autoridades do Hamas e do Fatah estimaram em US$ 2,8 bilhões o montante necessário para a tarefa a ser levantado na conferência no balneário de Sharm el Sheik (Egito), na próxima semana. Os EUA já anunciaram US$ 900 milhões. Outro US$ 1 bilhão é esperado da Arábia Saudita.


Com agências internacionais


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