São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2010

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OEA e entidades pró-imprensa criticam prisão do empresário

DA REDAÇÃO

A detenção do proprietário da emissora crítica ao governo da Venezuela Globovisión, Guillermo Zuloaga, por críticas feitas ao presidente Hugo Chávez foi duramente criticada por órgãos internacionais de direitos humanos e de imprensa tanto estrangeiros quanto do país.
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, cobrou a libertação de Zuloaga e o respeito ao princípio da presunção da inocência. "Preocupam-me as repercussões políticas nacionais e internacionais dessa situação."
Reeleito anteontem para o cargo, Insulza é reiteradamente criticado por Chávez devido a uma suposta ingerência nos assuntos internos da Venezuela, sobretudo por meio do Conselho Interamericano de Direitos Humanos (CIDH), da OEA.
Também em nota, o órgão disse que a detenção "evidencia a falta de independência do Poder Judiciário e a utilização da Justiça criminal para castigar expressões críticas, o que produz efeito amedrontador que se estende por toda a sociedade". Horas antes, a CIDH já divulgara nota acusando Chávez de utilizar o poder do Estado para perseguir adversários.
Já a SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), em cujo evento no fim de semana Zuloaga desferiu as críticas a Chávez que levaram à prisão, disse que a medida "é uma agressão não apenas contra a liberdade de opinião e Zuloaga, mas contra a própria SIP e o direito do povo de receber informação".
O presidente da ONG local Espaço Público, Carlos Correa, disse que "há uma missão na qual se está reprimindo e sancionando as vozes críticas, as que pensam diferentemente e têm uma visão crítica do que está acontecendo com o país".
O editor do jornal venezuelano "El Nacional", Miguel Henrique Otero, disse que a detenção de Zuloaga mostra que o governo Chávez tem se tornado cada vez mais autoritário e começa "a se parecer mais com uma ditadura tradicional". "É o que as ditaduras fazem: detêm e levam as pessoas, e as prendem e condenam por crimes de opinião", disse Otero.


Com agências internacionais

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