São Paulo, sábado, 26 de março de 2011

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Regime sírio abre fogo contra opositores

Pelo menos 25 pessoas foram mortas ontem pelas Forças Armadas após protestos, que se espalharam pelo país

Ditador Assad retirou jornalistas da região sul, a mais conturbada, e proibiu a entrada da imprensa estrangeira

Muzaffar Salman /AssociatedPress
Manifestantes opositores e pró-governo se enfrentam em Damasco

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

No dia em que se espalharam os protestos na Síria, o governo do ditador Bashar Assad ordenou às Forças Armadas que abrissem fogo contra os manifestantes. Pelo menos 25 pessoas morreram.
Desde o início dos protestos, há nove dias, ao menos 55 pessoas foram mortas pela repressão estatal somente em Deraa, no sul, onde os atos se concentram, segundo a ONG de direitos humanos Anistia Internacional.
Há relatos não confirmados de que o número de mortos pode passar de cem.
Ontem, no entanto, os protestos ocorreram em diversas partes do país. Houve marchas pedindo a renúncia de Assad em ao menos cinco grandes cidades, inclusive na capital, Damasco.
Os relatos divulgados ontem sobre a situação no país eram pouco precisos e se baseavam em informações repassadas por ativistas opositores, já que o governo retirou todos os jornalistas da região e vem barrando a entrada da imprensa estrangeira.
O novo ataque das Forças Armadas aos protestos veio um dia depois de o governo acenar com maiores liberdades políticas e aumentos salariais.
As medidas tentavam minimizar a revolta popular após a execução de pelo menos 37 manifestantes na última quarta-feira, ocorrida numa operação militar em uma mesquita. Ontem, os disparos do Exército mataram ao menos 20 pessoas perto de Deraa, segundo a TV Al Jazeera.
Em Damasco, a polícia também atirou contra manifestantes e matou ao menos duas pessoas.
Centenas de manifestantes tentaram marchar pelo centro da capital durante o dia, mas foram dispersados pela polícia.
Marchas pró-governo, no entanto, com buzinaços e cartazes com a foto do presidente, foram permitidas.
No poder desde 2000, Assad sucedeu o pai, Hafez Assad, que assumiu o comando da Síria de 1971. Há relatos de que estátuas de Assad pai foram derrubadas.
A onda de protestos, inspirada nos movimentos populares árabes iniciados em janeiro, é a maior ameaça ao regime da família Assad desde 1982, quando o governo matou 10 mil manifestantes numa revolta islâmica.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu "máxima contenção" ontem em uma conversa telefônica com Assad. Um porta-voz da Casa Branca afirmou que os EUA estão "profundamente preocupados" com a repressão e a intimidação sofridas pelos cidadãos da Síria.


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