São Paulo, sábado, 26 de março de 2011

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Líbia se diz disposta a negociar transição

Enviados de Gaddafi participaram de reunião da União Africana, que defendeu governo de coalizão visando eleições

Aliança volta a atacar forças do ditador no leste líbio; oficial da Otan prevê que ação militar dure três meses

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Depois de quase uma semana de ataques da coalizão liderada por EUA, França e Reino Unido às forças do ditador Muammar Gaddafi, representantes do governo da Líbia disseram estar dispostos a negociar uma transição política no país -possivelmente, incluindo eleições.
Enviados de Gaddafi participaram de reunião da União Africana, que congrega 53 países do continente, em Adis Abeba, capital etíope. Fundada em 2002, a organização tem na Líbia um de seus principais doadores.
O gabonês Jean Ping, presidente da Comissão da União Africana, defendeu um governo de união nacional entre Gaddafi e rebeldes até haver eleições; os insurgentes, porém, não tinham representação no encontro.
A delegação líbia, que pediu o fim dos bombardeios, disse que aceita negociar o plano com a União Africana. Um de seus integrantes, o ex-premiê Abdul-Ati al Obeidi, culpou "extremistas" e estrangeiro pela violência.
"Estamos prontos a discutir os desejos do povo líbio. Que reforma se quer? Se forem eleições, vamos discutir os detalhes", disse Obeidi.
Os representantes da Líbia também acusaram as forças estrangeiras de matar "centenas" de civis na ação militar que teve início no sábado passado, após a autorização do Conselho de Segurança da ONU. A coalizão nega.

NOVOS ATAQUES
Os aliados lançaram novos ataques às forças de Gaddafi no leste líbio na tentativa de permitir que os rebeldes retomem a cidade de Ajdabiyah. Também foram ouvidas explosões na capital, Trípoli.
Segundo porta-voz militar dos EUA, foram disparados 16 mísseis Tomahawk, visando enfraquecer a artilharia do ditador líbio e a sua infraestrutura de comando.
Autoridades dos EUA afirmam que 75% das missões para manter a zona de exclusão aérea -determinada pela ONU para proteger civis nas regiões sob conflito- já têm sido executadas pelos seus parceiros na coalizão.
Os EUA querem transferir o comando da ação para a Otan (aliança militar ocidental) neste fim de semana, mas deverão continuar responsáveis pelos ataques às forças do ditador líbio em terra.
Um oficial da Otan que não quis ter seu nome revelado disse à agência Reuters que os planos da aliança para a intervenção militar preveem que ela dure três meses.
Dois países do Oriente Médio, Qatar e Emirados Árabes, concordaram em enviar aviões para ajudar a patrulhar o espaço aéreo líbio; aeronaves do Qatar já participaram das operações ontem.
Em anúncio na TV estatal líbia, Gaddafi disse que promoverá todos os integrantes das Forças Armadas pela "luta heroica e corajosa contra os ataques colonialistas".


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