São Paulo, quinta, 26 de março de 1998

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Analista vê benefício para Brasil

do Conselho Editorial

Os efeitos do euro sobre o Brasil serão "progressivos e bastante positivos". A avaliação é de Paulo Roberto de Almeida, analista do Itamaraty para a área financeira, mas que fala em seu nome pessoal, já que o governo brasileiro não tem posição tomada a respeito nem uma avaliação formal sobre a nova moeda.
Almeida vê benefícios em todas as áreas: comércio, investimentos, mercado financeiro e reservas internacionais.
O especialista do Itamaraty acha que o benefício maior será na área de investimentos. Como a União Européia com moeda única ganha uma nova escala em sua economia, seus bancos tendem a ficar mais fortes e, por extensão, a ter mais recursos para investir.
Almeida acredita até que, de certo modo, a unificação monetária européia tende a devolver o continente à posição de "banqueiro do mundo", que ocupou no século passado e no início deste.
É uma posição similar à manifestada por um dos maiores especialistas globais em economia internacional, o norte-americano Fred Bergsten, diretor do Instituto para a Economia Internacional:
"As características estruturais de uma Europa unida tendem a produzir um euro que, no limite, desafiará o dólar", aposta Bergsten.
O especialista ousa até pôr alguns números no tamanho do desafio ao dólar: calcula que a transferência de investimentos do dólar para o euro será de algo entre US$ 500 bilhões e US$ 1 trilhão. (CR)



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