São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2004

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IRAQUE OCUPADO

Americanos fariam patrulhas com iraquianos, segundo fontes militares; ONU pede "cuidado" a Washington

EUA pretendem entrar em Fallujah e Najaf

DA REDAÇÃO

Soldados norte-americanos irão realizar patrulhas conjuntas com as forças de segurança iraquianas em Fallujah, onde quatro civis americanos foram mortos e mutilados recentemente, segundo fontes militares dos EUA.
Já o general norte-americano Mark Hertling informou que é provável que as tropas se desloquem para algumas partes de Najaf (sul), mas mantendo-se distantes dos sítio sagrados. É uma tentativa de controlar as milícias do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr e, ao mesmo tempo, não melindrar a maioria xiita do Iraque, que se opõe a qualquer presença americana nos locais sagrados.
Al Sadr está sitiado em Najaf depois de liderar um levante contra os EUA neste mês. O clérigo, que aceitou negociar, se recusa a desmontar sua milícia. O Irã, que vinha mediando as negociações, retirou sua delegação após ter um diplomata assassinado em Bagdá.
O general Hertling não disse quando as tropas irão para Najaf, mas um ex-general afirmou que o deslocamento não é para já. Segundo militares americanos, "a situação em Najaf é potencialmente explosiva". Um porta-voz da coalizão liderada pelos EUA afirmou que armas estão sendo armazenadas em mesquitas e escolas de Najaf e que essa prática tem de parar.
As medidas sobre Fallujah e Najaf foram anunciadas um dia depois de o presidente George W. Bush ter se reunido com seus líderes militares para discutir a situação no Iraque. As medidas aparentam ter sido tomadas com a intenção de aumentar o controle sobre as cidades, mas de modo a evitar o recrudescimento dos atos de violência que irromperam no início de abril, quando as forças dos EUA se deslocaram simultaneamente em duas frentes.
Lakhdar Brahimi, enviado da ONU que está ajudando a formar o governo iraquiano interino, pediu ontem ao presidente Bush que "caminhe com cuidado" em Fal-lujah e evite irritar uma população já furiosa. De acordo com o jornal "The New York Times", o cessar-fogo na cidade foi prolongado por mais dois dias.
Em relação a Najaf, Brahimi previu um desastre caso as forças americanas tentem desalojar Al Sadr. "Trata-se de uma cidade com muita história. Enviar os tanques a um lugar como esse não é a coisa certa a fazer, e acho que os EUA sabem disso muito bem."
Ontem, três foguetes atingiram um hospital, um hotel e uma garagem da polícia em Mossul (390 km ao norte de Bagdá), matando dois funcionários do hotel e dois do hospital, além de ferir 13 pessoas. Na mesma cidade, ao menos quatro iraquianos morreram em outros ataques com foguetes.
Mais tarde, soldados americanos mataram um dos ocupantes de um carro de onde haviam saído disparos contra uma patrulha.
Soldados espanhóis mataram ontem pelo menos dois homens em Diwaniya (180 km ao sul de Bagdá), em revide a um ataque com granadas contra um veículo espanhol que estava realizando patrulha. A Espanha anunciou que irá retirar seu contingente de 1.400 soldados estacionados no Iraque até o fim de maio.
Em Bagdá, uma bomba matou um soldado americano. Em Basra, o maior terminal de petróleo iraquiano permanece fechado após o ataque suicida de anteontem, que matou três marinheiros americanos (o terceiro morreu ontem) e feriu pelo menos quatro.


Com agências internacionais


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