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"EIXO DO MAL"
Líder supremo manifesta desejo de dividir criticado programa atômico, a 3 dias de acabar prazo dado pela ONU
Irã agora quer exportar tecnologia nuclear
DA REDAÇÃO
À medida em que se aproxima o
prazo dado pela Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA) para que o Irã suspenda
seu programa nuclear, na próxima sexta-feira, a república islâmica aumenta o tom de confronto
com o Ocidente. Ontem foi a vez
do líder supremo do Irã, aiatolá
Ali Khamenei, se pronunciar sobre o assunto, afirmando que o
país está disposto a dividir seu desenvolvimento nuclear com outros países.
A declaração foi feita pelo aiatolá a Omar al Bashir, presidente do
Sudão, um dos países mais instáveis da África. "A capacidade nuclear do Irã é um exemplo das
muitas capacidades científicas do
país. A República Islâmica do Irã
está disposta a transferir a experiência, conhecimento e tecnologia de seus cientistas", disse Khamenei durante o encontro, realizado em Teerã.
Em Ancara, na Turquia, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, manifestou preocupação com a intenção iraniana e
disse que o país cada vez se isola
mais. "Esse é um de nossos temores, de que haveria esse tipo de fuga de tecnologia", disse Rice, cujo
governo tem liderado a campanha para isolar o Irã com sanções
devido a sua recusa em atender às
recomendações da ONU para que
suspenda seu programa nuclear.
O prazo dado pela AIEA para
que a república islâmica colabore
termina na próxima sexta-feira,
quando o chefe da agência, Mohamed el Baradei, entregará seu
relatório ao Conselho de Governadores do organismo e ao Conselho de Segurança da ONU.
Não há consenso entre os membros do CS com direito a veto
-EUA, Reino Unido, França,
Rússia e China- sobre o próximo passo a ser dado para aumentar a pressão sobre a república islâmica. Ontem, a China rejeitou a
proposta dos EUA de ordenar o
Irã a cooperar com base no Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que prevê a aplicação de sanções e até de ação militar. Além de
China, a Rússia também tem se
mostrado contrária a sanções.
O principal negociador nuclear
iraniano, Ali Larijani, dirigiu-se
ontem aos países que pressionam
o Irã para advertir que o Irã suspenderá suas relações com a
AIEA caso sofra punições. "Suspensão significa que aceleraremos nossas atividades [nucleares]", disse Larijani, acrescentando que o país poderá manter seu
programa nuclear oculto se continuar sob pressão. "Se vocês tomarem medidas duras nós esconderemos este programa. Se vocês
usarem a linguagem da força, não
esperem que ajamos de forma
transparente."
Na mesma conferência internacional sobre a política nuclear do
Irã, na capital, o influente ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani recorreu a uma imagem bélica
para afirmar que é tarde demais
para deter as pretensões nucleares
do país. "A tecnologia nuclear do
Irã é como uma bala que já saiu do
gatilho. É impossível fazê-la voltar", disse Rafsanjani.
Com agências internacionais
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