São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Câmara dos EUA aprova proposta de retirada do Iraque

Texto unificado do projeto democrata vincula orçamento militar a início do retorno dos soldados em 1º de outubro

Bush já disse que vetará lei, que passou por 218 a 208 e segue agora para o Senado; oposição ainda convocou Rice para depor sobre Iraque

DENYSE GODOY
DE NOVA YORK

Foi aprovada ontem no fim do dia, pela Câmara de Representantes dos EUA, a proposta orçamentária de US$ 124 bilhões que estabelece um calendário para a retirada das tropas americanas do Iraque, com início marcado para outubro.
O presidente Bush não aceita o cronograma, que prevê que os soldados comecem a voltar para casa no dia 1º de outubro de 2007 e concluam a operação até 1º de abril de 2008. Bush já disse que vetará a lei, caso seja aprovada também no Senado, para onde segue hoje. O presidente leva em conta o fato de os democratas não terem a maioria de dois terços necessária para derrubar um veto seu.
O texto, que foi aprovado pela apertada margem de 218 votos a 208, nasceu de propostas diferentes, todas da oposição, surgidas no Senado e na Câmara. Todas vinculavam o envio de mais dinheiro para as campanhas no Iraque e no Afeganistão, além do financiamento a outras rubricas do Orçamento, ao estabelecimento de um cronograma para a saída dos militares do Iraque.
Em um esforço vão para convencer os congressistas a retirar do texto o cronograma, o general David Petraeus, comandante das forças americanas no Iraque, foi ontem conversar com membros da Câmara, pedindo mais tempo para que seus homens ajudassem a estabilizar o país do Oriente Médio.
"Pela primeira vez o presidente terá de se responsabilizar por essa guerra no Iraque", afirmou a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara, ao término da votação.

Intimações
A Comissão de Vigilância e Reforma do Governo, da Câmara, decidiu ontem intimar a secretária de Estado, Condoleezza Rice, a se explicar sobre assuntos relacionados à Guerra do Iraque. O depoimento foi marcado para 15 de maio, e Rice deve ser interrogada principalmente a respeito da acusação de que o Iraque havia comprado urânio do Níger. Usado pelo governo George W. Bush para justificar, à época, a invasão do país de Saddam Hussein, o argumento revelou-se falso.
"A secretária já falou sobre esse tema em várias ocasiões", disse Tom Casey, porta-voz do Departamento do Estado.
As comissões de Justiça do Senado e da Câmara também aprovaram intimações para dois funcionários do governo falarem sobre a demissão de oito procuradores por Alberto Gonzales, secretário de Justiça dos EUA, em 2006.


Texto Anterior: Negócio suspeito: Premiê de Israel deve ser investigado, diz ouvidor
Próximo Texto: Iraque esconde da ONU número de mortos em 2007
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.