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Câmara dos EUA aprova proposta de retirada do Iraque
Texto unificado do projeto democrata vincula orçamento militar a início do retorno dos soldados em 1º de outubro
Bush já disse que vetará lei, que passou por 218 a 208 e segue agora para o Senado; oposição ainda convocou Rice para depor sobre Iraque
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
Foi aprovada ontem no fim
do dia, pela Câmara de Representantes dos EUA, a proposta
orçamentária de US$ 124 bilhões que estabelece um calendário para a retirada das tropas
americanas do Iraque, com início marcado para outubro.
O presidente Bush não aceita
o cronograma, que prevê que os
soldados comecem a voltar para casa no dia 1º de outubro de
2007 e concluam a operação
até 1º de abril de 2008. Bush já
disse que vetará a lei, caso seja
aprovada também no Senado,
para onde segue hoje. O presidente leva em conta o fato de os
democratas não terem a maioria de dois terços necessária para derrubar um veto seu.
O texto, que foi aprovado pela apertada margem de 218 votos a 208, nasceu de propostas
diferentes, todas da oposição,
surgidas no Senado e na Câmara. Todas vinculavam o envio
de mais dinheiro para as campanhas no Iraque e no Afeganistão, além do financiamento
a outras rubricas do Orçamento, ao estabelecimento de um
cronograma para a saída dos
militares do Iraque.
Em um esforço vão para convencer os congressistas a retirar do texto o cronograma, o general David Petraeus, comandante das forças americanas no
Iraque, foi ontem conversar
com membros da Câmara, pedindo mais tempo para que
seus homens ajudassem a estabilizar o país do Oriente Médio.
"Pela primeira vez o presidente terá de se responsabilizar
por essa guerra no Iraque",
afirmou a democrata Nancy
Pelosi, presidente da Câmara,
ao término da votação.
Intimações
A Comissão de Vigilância e
Reforma do Governo, da Câmara, decidiu ontem intimar a secretária de Estado, Condoleezza Rice, a se explicar sobre assuntos relacionados à Guerra
do Iraque. O depoimento foi
marcado para 15 de maio, e Rice
deve ser interrogada principalmente a respeito da acusação
de que o Iraque havia comprado urânio do Níger. Usado pelo
governo George W. Bush para
justificar, à época, a invasão do
país de Saddam Hussein, o argumento revelou-se falso.
"A secretária já falou sobre
esse tema em várias ocasiões",
disse Tom Casey, porta-voz do
Departamento do Estado.
As comissões de Justiça do
Senado e da Câmara também
aprovaram intimações para
dois funcionários do governo
falarem sobre a demissão de oito procuradores por Alberto
Gonzales, secretário de Justiça
dos EUA, em 2006.
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