Peter Andrews/Reuters

Jacob Zuma, presidente sul-africano, dança no lançamento da campanha contra a Aids em Katlehong, perto de Johannesburgo

DA REDAÇÃO

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, lançou ontem uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico da Aids divulgando o resultado do seu próprio teste -o quarto feito por ele. Segundo Zuma, que pratica declaradamente a poligamia, é pai de 20 filhos e se casou pela quinta vez neste ano, o teste deu novamente negativo.
Hoje à frente do programa de combate à Aids em seu país, o presidente causou polêmica com o tema em 2006 ao declarar que, mesmo tendo praticado sexo com uma mulher soropositiva, não estava preocupado com o risco de contágio porque havia tomado uma ducha depois da relação sexual.
Agora, mais informado sobre as formas de transmissão do HIV, ele começa a campanha que pretende submeter pelo menos 30% da população ao diagnóstico do vírus da Aids nos próximos 15 meses e reduzir o preconceito. "Temos de trabalhar duro para conseguir que todos os sul-africanos entendam que as pessoas com HIV não cometeram nenhum crime. O preconceito nasce do medo e da ignorância", disse.
Ele aproveitou para divulgar a distribuição gratuita de 450 milhões de preservativos à população. "Não queremos que ninguém diga que [os preservativos] acabaram."
Com uma população de 48 milhões, a África do Sul tem cerca de 5,7 milhões de infectados com HIV, número que põe o país entre as nações com maior incidência de portadores do vírus da Aids. Estima-se que a doença mate cerca de mil pessoas por dia no país.