São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 2011

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FOCO

Relógios Casio eram vistos na prisão como sinal de ameaça

JAMES BALL
DO "GUARDIAN"

Era simples, barato e estava facilmente disponível em todo o mundo. No entanto, o relógio digital Casio F-91W era visto pelos analistas de inteligência estacionados na prisão na base militar americana de Guantánamo como "sinal da Al Qaeda" e contribuiu para o prolongamento das detenções de alguns prisioneiros.
Documentos de instrução utilizados no treinamento da equipe do centro de detenção para avaliar o nível de ameaça de novos detentos alertavam para aqueles que possuíam o F-91W. O aparelho, disponível on-line por preços a partir de apenas US$ 4, sugeria que o portador tivesse sido treinado pela rede terrorista Al Qaeda no Afeganistão quanto a técnicas para a fabricação de bombas.

DETONADORES
Segundo o relatório, "sabe-se que o Casio era dado a alunos dos cursos de fabricação de bombas da Al Qaeda no Afeganistão, durante os quais os estudantes recebiam instrução sobre como preparar detonadores de tempo com base nesse modelo de relógio".
"Cerca de um terço dos detidos de Guantánamo que foram capturados portando esses modelos de relógio têm conexões conhecidas com explosivos", diz o texto.
Além disso, "tiveram treinamento com explosivos, ou estiveram associados a uma instalação que produzia bombas improvisadas ou treinava estudantes no uso de explosivos, ou ainda estiveram associados a uma pessoa identificada como especialista em explosivos".
Mais de 50 relatórios sobre prisioneiros da base militar de Guantánamo se referem aos relógios Casio. Os registros referentes a 32 dos prisioneiros se referem ao Casio F-91W, preto, e os de outros 20 fazem referência ao modelo Casio A-159W, prata.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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