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MINHA HISTÓRIA
PETER HANBURY-BATEMAN, 32
À sombra da realeza
Escalado para a escolta do
príncipe William durante seu
casamento , capitão inglês fala de
suas experiências no Brasil ,
onde cogita morar, e pelo mundo
RESUMO
Capitão da Cavalaria Real britânica, Peter Hanbury-Bateman, 32,
integrará a escolta a cavalo do príncipe William em
seu casamento com Kate
Middleton, nesta sexta; ele
fará o trajeto da abadia de
Westminster ao palácio de
Buckingham. Em março,
ele esteve no Brasil, para
intercâmbio com os Dragões da Independência.
(...)Depoimento a
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
A pressão para que tudo
saia impecável é enorme. Serão mais de 2 bilhões de pessoas assistindo ao casamento do príncipe William pela
televisão.
Estamos acostumados
com grandes eventos, como
a abertura do Parlamento ou
o aniversário da rainha. Mas
o casamento de um futuro rei
é de longe o mais intenso.
Há um enorme interesse
com relação à nossa preparação, e estamos ensaiando
bastante. Mas somos um time de militares profissionais, conseguimos lidar com
essa pressão.
Na Cavalaria Real [Household Cavalry, em inglês], nós
fazemos a segurança da rainha e o cerimonial.
Desde que virei oficial de
cerimonial, a experiência
mais engraçada que vivi foi
uma turista que levantou a
camiseta na minha frente,
durante a troca da guarda.
Nessas horas, a gente tenta
pensar em outras coisas, como aquela cerveja que está te
esperando no pub.
Esse casamento é motivo
de orgulho especial para nós
do The Blues and Royals, primeiro regimento da cavalaria, pois o príncipe William é
um integrante. Muitos dos
soldados que farão a escolta
no dia do casamento serviram com ele.
Venho de uma família de
militares de muitas gerações.
Meu trisavô materno foi general do império austríaco.
Quando eu era criança, a decoração do meu quarto era
um pôster de recrutamento.
Entrei para o Exército aos
18 anos, mas fui para a reserva para fazer faculdade. Sou
arqueólogo, mas nunca trabalhei com isso. Meu primeiro emprego foi de gerente de
uma empresa de safáris em
Botsuana.
Voltei ao Exército duas vezes, como voluntário, para
servir no Iraque e no Afeganistão. O Iraque, no início da
reconstrução, foi bem mais
estressante. A gente ficava 24
horas esperando alguma coisa acontecer, não tinha um
inimigo.
Lutar no Afeganistão foi
mais fácil. O estresse físico da
guerra convencional ajuda a
aliviar o estresse mental. Fui
sortudo -enquanto estava
no Afeganistão, 20% do contingente britânico morreu ou
ficou ferido.
Já fiz muitas coisas diferentes na vida. Fui relações-públicas da [modelo alemã]
Claudia Schiffer, vendi antiguidades militares pela internet e trabalhei como gerente
de projetos de uma mineradora no Iêmen.
Já estive em quase 50 países. Não consigo ficar muito
tempo em Londres - ainda
mais agora, com a crise e a
falta de oportunidades.
Em 2009, fui convidado
para integrar a Cavalaria
Real. Fui o primeiro oficial da
reserva em 350 anos a entrar
para a cavalaria. Sempre são
oficiais da ativa.
Estavam com dificuldades
de encontrar pessoas, e eu tinha laços com o primeiro regimento. Meu tio-avô foi encarregado do The Blues and
Royals nos anos 50. E foi lá
que eu servi aos 18 anos.
VIDA INTERESSANTE
A missão de oficial de cerimonial dura dois anos.
Quando deixar o Exército,
pretendo me concentrar na
busca de alguma oportunidade no Brasil.
Vocês [brasileiros] são
bons em operações de paz, e
estão cada vez mais importantes no cenário internacional. Por isso escolhi vir para
cá, fazer um intercâmbio nos
Dragões da Independência.
Foram duas semanas no
Brasil, em março. Fui recebido incrivelmente bem. Sou
um capitão júnior e fui recebido por generais.
Não sei ainda o que vou fazer quando for morar no Brasil. Eu tinha uma visão meio
romântica, mas o Brasil está
muito caro, preciso pensar
bem no que vou fazer.
Meu currículo não foi guiado por dinheiro ou uma tentativa de fazer uma carreira
bonita. Quero apenas levar
uma vida interessante.
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