São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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Apoio a negociações tirou votos de Serpa

IBON VILLELABEITIA
DA REUTERS, EM BOGOTÁ

Seus detratores o descrevem como dinossauro político, e um semanário chegou ao ponto, recentemente, de apelidá-lo de ""o último dos moicanos".
Mas o candidato a presidente colombiano Horácio Serpa, 59, insiste que as notícias de sua suposta derrocada foram exageradas. ""Vou ser o próximo presidente da Colômbia", repete obstinadamente o candidato do Partido Liberal, de centro-esquerda, apesar de as pesquisas indicarem que ele perde de longe para o primeiro colocado nas sondagens de intenção de voto.
O jovial Serpa é figura constante na política colombiana há quase 30 anos, já tendo atuado como juiz, prefeito, senador e ministro do Interior. Ele tem tomado parte ativa no sistema político bipartidário da Colômbia, visto por muitos como obsoleto e corrupto.
Primeiro indicado nas sondagens há apenas cinco meses, Serpa perdeu espaço quando os eleitores, cansados de violência, e a classe política do país se bandearam para o líder da causa anti-rebelde, Alvaro Uribe.
Pesquisas de intenção de voto divulgadas no último fim de semana mostraram que o candidato independente Uribe, dissidente do Partido Liberal, está a um triz de distância de conseguir os 50% dos votos mais um voto que precisaria receber para evitar a ida ao segundo turno, em junho. As sondagens dizem que, caso Serpa consiga chegar ao segundo turno, ele será arrasado por Uribe.
Esta é a segunda vez que Serpa tenta chegar à Presidência, mas ele viu sua vantagem desaparecer à medida que os colombianos, cansados de guerra, começaram a desprezar sua mensagem conciliatória, preferindo o chamado às armas de Uribe. O apoio que Serpa deu às impopulares negociações de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) lhe custou muito caro.


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