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São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2003

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EPIDEMIA

Autoridades canadenses estão investigando 26 possíveis casos da doença, que pode ter causado mais duas mortes no país

Toronto se prepara para nova onda de Sars

DA REDAÇÃO

Autoridades de saúde de Toronto confirmaram, ontem, oito novos prováveis casos de Sars (síndrome respiratória aguda grave, na sigla em inglês). Diante dessa suspeita, a cidade canadense já se prepara para um segundo surto da doença.
Colin d'Cunha, chefe médico do escritório de saúde da Província de Ontário, disse que dois dos oito pacientes morreram. Outra pessoa, cuja doença foi diagnosticada semanas atrás, morreu ontem, o que aumenta o número de mortos na cidade para 27.
Os oito prováveis infectados são parte de um grupo de 34 casos que vieram à tona na quinta-feira. D'Cunha disse que 26 desses casos foram considerados suspeitos e continuam sob investigação.
O Canadá é o único país fora da Ásia onde há surto epidêmico da Sars. A doença já matou mais de 700 pessoas em todo o mundo desde que surgiu, na China, em novembro do ano passado.
Como Toronto não registrava nenhum novo caso desde 19 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia retirado a cidade da lista de zonas afetadas pela doença.
A OMS também havia suspendido o alerta contra viagens para Toronto, lançado em 23 de abril, e que provocou intensa reação por parte das autoridades da cidade, um dos centros econômicos do Canadá.
Nas últimas semanas, o número de casos prováveis da Sars no Canadá caiu significativamente, depois de ter atingido um pico de mais de 140. Os funcionários do departamento de saúde pública tinham esperança de que a doença estivesse sob controle.
Isso fez com que os hospitais da cidade afrouxassem algumas das medidas preventivas contra a doença, como o uso de luvas e de túnicas e a restrição de visitas.
Apesar das suspeitas, D'Cunha disse que a doença continua restrita a hospitais e não está presente na comunidade em geral. "Ainda não vemos nenhuma evidência de transmissão na comunidade", disse ele.
Duas das três novas vítimas da Sars eram idosas -um homem de 96 anos e uma mulher de 90 anos-, explicou D'Cunha. A terceira vítima é um homem de 62 anos.
O microbiologista Donald Low disse que as autoridades ainda não foram capazes de descobrir como o homem de 96 anos contraiu Sars. Ele era paciente do Hospital Geral North York, onde pode ter infectado funcionários, outros pacientes e membros de sua família.
Uma paciente transferida do North York para o Hospital de Reabilitação St. John é considerada a "fonte" de outros quatro casos sob investigação. Um terceiro hospital, o St. Michael's, manterá fechada sua unidade de neurocirurgia até 2 de junho depois de ser informado de que um potencial novo paciente de Sars foi tratado lá recentemente. Mais de 50 funcionários desse hospital foram colocados em quarentena.

Ásia
Ontem, 12 pessoas com Sars morreram em Taiwan. No sábado, foram registrados 22 novos casos da doença no país, elevando o número total de infectados desde o início do surto para 570. Dessas pessoas, 72 morreram.
Mesmo com esses números, Lee Ming-liang, coordenador do comitê de controle da Sars em Taiwan, continua afirmando que "a doença está sendo gradualmente colocada sob controle".
A Sars já matou pelo menos 708 pessoas e infectou mais de 8.100 em todo o mundo, principalmente na Ásia. Ontem, ocorreram mais quatro mortes em Hong Kong e sete na China, país que registra o maior surto da doença, com mais de 5.000 infectados.


Com agências internacionais

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