São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2006

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Bush e Blair evitam dar prazo a Iraque

Líderes se reúnem para discutir situação no país; tropas podem permanecer até 2010, dizem britânicos

DA REDAÇÃO

O presidente americano, George W. Bush, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, encontraram-se ontem em Washington. Em entrevista coletiva, Bush afirmou que "nós manteremos no Iraque as forças necessárias para vencer" e acusou o retorno das tropas como "especulação na imprensa". "Apesar dos erros e tropeços, acredito que fizemos e estamos fazendo a coisa certa", disse.
Os dois governantes têm visto sua aprovação cair e estão sob pressão para retirar parte dos soldados. Antes de viajar aos EUA, Blair esteve nesta semana em Bagdá, onde disse que os americanos e britânicos já podem começar a transferir aos iraquianos o controle da segurança em algumas províncias.
O premiê britânico também trouxe a Bush uma proposta iraquiana de uma conferência internacional para apoiar o novo governo e quer do colega americano apoio para mais presença da ONU no Iraque.
O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, afirmou que as tropas do país são capazes de assumir a segurança de todas as províncias num prazo de 18 meses, mas que, para isso, são necessários mais homens, equipamentos e treinamento.
Segundo informantes britânicos citados pela Associated Press, o prazo final de retirada é 2010, mas não há acordo fechado com os EUA a ser anunciado por enquanto.
O premiê iraquiano disse ainda que pode nomear até o final de semana seus ministros da Defesa e do Interior, o que sinalizaria a prioridade à segurança no médio prazo.
Apesar disso, ele admite que ainda há muitos candidatos. "Temos vários nomes e vamos nos encontrar na sexta [amanhã] para decidir", disse.
Simultaneamente às negociações, o Iraque teve um dia calmo para seus padrões atuais, com 13 mortes. Entre elas, estão as de três supostos insurgentes, mortos por forças americanas a oeste de Bagdá.
Um outro fato importante foi o anúncio pelo comandante dos Marines americanos, general Michael Hagee, que viajaria ao Iraque por estar preocupado que alguns de seus homens poderiam ter ficado "indiferentes à perda de vidas humanas". Sua suspeita se baseia em duas acusações de mortes de civis.


Com agências internacionais

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