São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Governo impõe agenda na reta final

DO ENVIADO A LA MATANZA

Com um anúncio de TV em que associa seus principais rivais na eleição às privatizações na Presidência de Carlos Menem (1989-1999), o governo Cristina Kirchner conseguiu impor a agenda da última semana de campanha legislativa na Argentina e causar um curto-circuito na oposição.
A publicidade associa os líderes da Unión-PRO, frente de centro-direita de dissidentes do governo e do partido do prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri, ao "pior passado".
Exibe entrevistas de Macri dizendo que reprivatizaria a Aerolíneas Argentinas e a parte da Previdência estatizada por Cristina, e de Francisco De Narváez, que encabeça a chapa da frente na Província de Buenos Aires, justificando sua defesa, em 2003, da eleição de Menem para um terceiro mandato não consecutivo (o ex-presidente, que após deixar o cargo foi se tornando cada vez mais impopular entre o eleitorado argentino, acabou derrotado por Néstor Kirchner naquele pleito).
As declarações de Macri caíram como uma luva para Kirchner, que classifica a eleição como disputa entre "modelos de país" e associa os rivais à "direita neoliberal".
Para tentar equilibrar as declarações do parceiro político, De Narváez saiu em defesa da estatização de empresas de serviços públicos -citou a petroleira YPF como exemplo. Houve ruído na coalizão, e Gabriela Michetti, ex-vice-prefeita de Macri e candidata a deputada federal, afirmou que o "melhor modelo" é o controle estatal e a operação privada.
Até Cristina aproveitou a deixa e afirmou, durante uma inauguração anteontem, que "não se pode mudar de branco a preto em sete dias, e menos ainda em temas estratégicos da economia". (TG)


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