São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Promotoria investiga festas de Berlusconi

Negociantes italianos são acusados de ter recrutado prostitutas para premiê

Testemunha diz ter recebido R$ 2.800 para ir à casa do primeiro-ministro; outra garota teve o seu carro incendiado após denúncias


DA REDAÇÃO

A Promotoria de Bari, no sul da Itália, está investigando negociantes locais por supostamente recrutar prostitutas para festas na casa do premiê italiano, Silvio Berlusconi, o que configuraria crime de indução à prostituição.
Uma das principais testemunhas é Patrizia D'Addario, garota de programa de luxo, que afirma ter estado em uma festa na casa do premiê -que chamou de harém- em outubro, em troca de R$ 2.800, junto com outras 20 mulheres. Ela diz ter voltado à residência em 4 de novembro, quando eles passaram a noite juntos.
Outra testemunha, Barbara Montereale, que também alega ter participado das festas, teve seu carro destruído em um incêndio na madrugada de ontem. Até ontem não se sabia se o incêndio tinha relação com o escândalo.
Em outro desdobramento, Patrizia D'Addario reportou à polícia que, após suas denúncias, sua casa foi alvo de roubo -os ladrões teriam levado, entre outras coisas, seu computador e o vestido que, disse ela, fora usado na festa de Berlusconi.
D'Addario disse que entregou à Justiça gravações e vídeos dos encontros com o premiê -feitos em seu celular-, nos quais se escutaria a voz dele dizendo: "Espere-me na cama grande".
Ela negou que tenha sido paga por opositores para revelar o caso -sua motivação é outra, disse. D'Addario quer vingar-se de Berlusconi por ele não ter cumprido a promessa de ajudá-la a resolver burocracias referentes a um imóvel.

"Reembolso"
Um dos comerciantes acusados de pagar as garotas, Giampaolo Tarantini, disse que o dinheiro era apenas para reembolsar despesas de viagem das mulheres e pediu desculpas ao premiê por envolvê-lo em um escândalo. Tarantini é acusado de recrutar as garotas em troca de favores do governo.
"Os italianos me querem como sou, não vou mudar", disse ontem Berlusconi, negando as acusações, que se somam à lista de escândalos na vida privada do premiê. À revista "Chi" -parte do império midiático do premiê- ele disse que "nunca" pagou por sexo e que não se lembrava de D'Addario.
Fotos das festas do premiê foram publicadas recentemente no jornal espanhol "El País", mostrando mulheres e homens nus à beira da piscina. O premiê também é acusado de ter um caso extraconjugal com uma menina de 18 anos, que diz ser apenas a filha de um amigo seu.
Ontem, a influente revista católica italiana "Famiglia Cristiana" escreveu que o premiê "ultrapassou os limites da decência". É a segunda publicação católica a criticar o político.
Apesar dos efeitos dos recentes escândalos na imagem do premiê, o partido de Berlusconi saiu vencedor nas eleições italianas ao Parlamento Europeu, no último dia 7. Conquistou cerca de 40% dos votos.

Com agências internacionais



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