São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

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APÓS A GUERRA

Hamas troca foguetes por relações públicas

DO "NEW YORK TIMES", EM GAZA

Seis meses depois da feroz campanha militar de três semanas que Israel lançou contra a faixa de Gaza para acabar com o disparo de foguetes, o Hamas -que controla o território- suspendeu o uso dos projéteis e transferiu ênfase à busca de apoio local e no exterior por meio de iniciativas culturais e relações públicas.
A meta é construir a chamada "cultura da resistência". Nos últimos dias foi encenada uma peça, um filme estreou, uma exposição de arte foi promovida, um livro de poemas foi publicado e um seriado de TV foi ao ar. Quase tudo teve patrocínio estatal, e, como tema, a difícil situação dos palestinos em Gaza. "A resistência armada ainda é importante e legítima, mas a nova ênfase é sobre a resistência cultural", disse Ayman Taha, um dos líderes do Hamas.
A decisão de suspender o uso dos foguetes Qassam, de curto alcance, que foram disparados contra Israel por anos, às vezes dezenas por dia, foi em parte fruto da pressão popular. Cada vez mais, moradores de Gaza questionam o valor dos foguetes.
Não está claro por quanto tempo o grupo radical islâmico manterá a suspensão. Mas a mudança de política é evidente. Em junho, segundo as forças israelenses, foram disparados só dois foguetes desde a faixa de Gaza, uma das contagens mensais mais baixas desde que os disparos começaram, em 2002.
Como Israel também acredita que precisa melhorar suas relações públicas e a mensagem que transmite, o foco sobre a cultura cria uma intrigante batalha: agora, pela opinião pública.


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