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Chávez ameaça cortar exportação de petróleo aos EUA
Corte seria por "provável" agressão armada por parte da Colômbia após rompimento das relações diplomáticas
Líder da Venezuela culpa Washington por tensão na região; EUA compram metade da produção venezuelana
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ontem
que uma agressão armada da
Colômbia contra seu país é
"mais provável que nunca" e
que, se ela ocorrer, deixará
de exportar petróleo aos EUA
ainda que os venezuelanos
tenham "de comer pedra".
Num comício preparatório
para as eleições legislativas
de setembro, Chávez afirmou
que Washington é responsável pela tensão na região. A
Venezuela é o 5º maior fornecedor de petróleo para os
EUA, que compram metade
da produção venezuelana.
Chávez ameaçou processar por "traição à pátria" -figura já usada para deter outros opositores- os governadores oposicionistas de Zulia
e Táchira, Estados na fronteira com a Colômbia. Como Bogotá, eles acusam Caracas de
ser tolerante com as guerrilhas colombianas no país.
O venezuelano lançou ainda um "alerta" a "governos
estaduais, ONGs, meios de
comunicação etc." de que
não passarão ilesos em caso
de agressão, já que ele tomará "medidas internas para
salvaguardar a soberania".
NADA NOVO
Na resposta mais extensa
às acusações da Colômbia ,
Chávez disse que "não é nada novo" no fato de paramilitares e guerrilheiros sequestrarem, matarem no país.
Afirmou que "rejeitou, rejeita e rejeitará" a presença
desses grupos "no mais mínimo milímetro" do território,
ainda que a Venezuela não
esteja a salvo desse tipo de
incursão na longa fronteira.
Os documentos divulgados pela Colômbia falam que
guerrilheiros tem ampla mobilidade na Venezuela. "Mas
entre esse fato e a adoção de
uma política de guerra, criminosa, assassina como a do
governo da Colômbia vai
uma boa distância", atacou.
Em sua coluna dominical,
porém, o venezuelano voltou
a acenar a Juan Manuel Santos, que assume a Presidência da Colômbia em 7 de
agosto. Disse que, para reatar
com Bogotá, exige "sinais
claros" de que há "vontade
política real" de dialogar
"sem armadilhas".
Santos deve se reunir hoje
com Néstor Kirchner, secretário-geral da Unasul (União
de Nações Sul-Americanas),
que tenta mediar a crise.
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