São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2004

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Principal líder xiita volta ao país para tentar conter crise em Najaf

DA REDAÇÃO

O conflito em Najaf entrou ontem em sua terceira semana e forçou o retorno antecipado do maior líder xiita do país, o grão-aiatolá Ali al Sistani, que estava em Londres. Assessores do clérigo convocaram seus seguidores para marcharem hoje em direção à cidade sagrada que se tornou o maior foco de violência do Iraque.
O moderado Sistani, 75, é o clérigo mais respeitado e influente do Iraque. Ele estava em Londres desde o último dia 6 -um dia após a eclosão do conflito- para tratamento cardíaco. O religioso foi operado no dia 13 e ainda convalescia quando seu escritório anunciou, repentinamente, que ele "voltara ao Iraque para estancar o derramamento de sangue".
Al Sistani, que pernoitaria em Basra e só chegaria a Najaf hoje, se reuniu no início da noite com representantes do governo interino. "Espero que a paz prevaleça no Iraque", declarou.
Ontem, a cidade voltou a ser alvo de bombardeiros americanos e palco de confrontos entre a milícia do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr e as forças iraquianas. Tanques americanos e forças iraquianas sitiam o centro antigo, onde centenas de membros da milícia de Al Sadr, o Exército Mehdi, ocupam o templo do imã Ali, principal santuário xiita.
Em Kufa, a cerca de 10 km de Najaf, atiradores posicionados em uma base da polícia mataram duas pessoas e feriram outras cinco durante um protesto pacífico em apoio a Al Sadr.
Na cidade sunita de Fallujah, outro pólo de violência no oeste do país, aviões americanos voltaram a atacar alvos da insurgência, matando pelo menos quatro pessoas. O comando americano acredita que o terrorista jordaniano Abu Musab Zarqawi, acusado de uma série de atentados no Iraque, esteja escondido na cidade.
Na capital, insurgentes disseram ter seqüestrado o cunhado do ministro da Defesa, Hazem Shaalan, e ameaçaram matá-lo caso Bagdá não suspendesse as operações em Najaf e libertasse o xeque Ali Smeisim, assessor de Al Sadr preso ontem. O governo interino não se pronunciou. O grupo enviou um vídeo com as ameaças para a TV Al Jazira, de Qatar, que o pôs no ar.
Um segundo grupo ameaçou decapitar dois reféns turcos caso as empresas para as quais eles trabalham não encerrassem suas operações no Iraque em três dias. Segundo a agência de notícias Anatolia, as duas empresas -Usluel and SA-RA- cederam à demanda e já iniciaram a retirada, mas não há notícias dos reféns.


Com agências internacionais

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