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Principal líder xiita volta ao país
para tentar conter crise em Najaf
DA REDAÇÃO
O conflito em Najaf entrou ontem em sua terceira semana e forçou o retorno antecipado do
maior líder xiita do país, o grão-aiatolá Ali al Sistani, que estava
em Londres. Assessores do clérigo convocaram seus seguidores
para marcharem hoje em direção
à cidade sagrada que se tornou o
maior foco de violência do Iraque.
O moderado Sistani, 75, é o clérigo mais respeitado e influente
do Iraque. Ele estava em Londres
desde o último dia 6 -um dia
após a eclosão do conflito- para
tratamento cardíaco. O religioso
foi operado no dia 13 e ainda convalescia quando seu escritório
anunciou, repentinamente, que
ele "voltara ao Iraque para estancar o derramamento de sangue".
Al Sistani, que pernoitaria em
Basra e só chegaria a Najaf hoje, se
reuniu no início da noite com representantes do governo interino.
"Espero que a paz prevaleça no
Iraque", declarou.
Ontem, a cidade voltou a ser alvo de bombardeiros americanos e
palco de confrontos entre a milícia do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr e as forças iraquianas.
Tanques americanos e forças iraquianas sitiam o centro antigo,
onde centenas de membros da
milícia de Al Sadr, o Exército
Mehdi, ocupam o templo do imã
Ali, principal santuário xiita.
Em Kufa, a cerca de 10 km de
Najaf, atiradores posicionados
em uma base da polícia mataram
duas pessoas e feriram outras cinco durante um protesto pacífico
em apoio a Al Sadr.
Na cidade sunita de Fallujah,
outro pólo de violência no oeste
do país, aviões americanos voltaram a atacar alvos da insurgência,
matando pelo menos quatro pessoas. O comando americano acredita que o terrorista jordaniano
Abu Musab Zarqawi, acusado de
uma série de atentados no Iraque,
esteja escondido na cidade.
Na capital, insurgentes disseram ter seqüestrado o cunhado
do ministro da Defesa, Hazem
Shaalan, e ameaçaram matá-lo
caso Bagdá não suspendesse as
operações em Najaf e libertasse o
xeque Ali Smeisim, assessor de Al
Sadr preso ontem. O governo interino não se pronunciou. O grupo enviou um vídeo com as ameaças para a TV Al Jazira, de Qatar,
que o pôs no ar.
Um segundo grupo ameaçou
decapitar dois reféns turcos caso
as empresas para as quais eles trabalham não encerrassem suas
operações no Iraque em três dias.
Segundo a agência de notícias
Anatolia, as duas empresas -Usluel and SA-RA- cederam à demanda e já iniciaram a retirada,
mas não há notícias dos reféns.
Com agências internacionais
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