São Paulo, quarta-feira, 26 de agosto de 2009

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Irã retoma julgamento de líderes reformistas

Esquerdista surpreende e confessa "ações incorretas"

DA ASSOCIATED PRESS

A Promotoria iraniana retomou ontem o julgamento dos envolvidos nos protestos contra a reeleição do presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad, em junho, e pediu "punição máxima" para um dos mais proeminentes líderes reformistas do país.
Saeed Hajjarian, ex-dirigente do serviço secreto e ligado ao ex-presidente Mohamad Khatami (1997-2005), não está sujeito à pena de morte. Mas ele poderá pegar cinco anos de prisão e levar 74 chibatadas por causar desordem, desviar do islã e ajudar espiões estrangeiros, entre outros supostos crimes.
Num gesto surpreendente para quem é considerado um herói esquerdista, Hajjarian admitiu no tribunal ter fomentado manifestações contra o governo e pediu perdão pelos "graves erros de avaliação que resultaram em ações incorretas contra a nação iraniana".
A confissão foi lida por um advogado, já que Hajjarian, 55, tem dificuldade para falar desde que foi atingido por um disparo na cabeça em 2000, numa tentativa de assassinato atribuída a ultrarradicais.
Assessores disseram que o texto é inválido por ter sido redigido sob pressão.
Hajjarian está entre os mais de cem iranianos presos por contestar a eleição. A sessão de ontem foi a quarta para julgar participantes dos protestos, que deixaram 20 mortos.
Entre os detidos há políticos, jornalistas e intelectuais conhecidos. Sentenças ainda não foram pronunciadas.


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