São Paulo, quarta-feira, 26 de agosto de 2009

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Ataque mata ao menos 41 no sul afegão

Atentado a bomba na cidade de Candahar é primeiro de grande porte no país após eleição presidencial da última quinta

Morte de soldados dos EUA faz de 2009 o pior ano do conflito para estrangeiros; presidente lidera por dois pontos com 10% da apuração


DA REDAÇÃO

Ao menos 41 pessoas morreram ontem em um ataque terrorista na cidade afegã de Candahar (sul), o primeiro de grande porte desde a eleição presidencial da semana passada. Em um outro atentado, quatro soldados americanos foram mortos, fazendo deste ano o mais violento para tropas estrangeiras da guerra no Afeganistão.
Em Candahar, a explosão derrubou um prédio de dois andares, sede de uma construtora japonesa que emprega paquistaneses, e danificou 20 edifícios em um bairro onde ficam uma representação da ONU e escritórios de grupos humanitários.
Relatos de testemunhas acerca da explosão, que ergueu uma espessa coluna de fumaça, conflitavam sobre se ela foi provocada pela detonação de cinco carros-bombas ou por um único caminhão-bomba.
Segundo autoridades locais, a maioria das vítimas era de civis, e o número total de mortos deve subir à medida que forem removidos os escombros. Mais de 60 pessoas ficaram feridas.
O ataque foi, segundo moradores, o mais violento dos últimos anos na cidade, terra natal do presidente Hamid Karzai e considerada relativamente tranquila em um país cuja condição de segurança vem se deteriorando nos últimos anos.
O atentado ocorre cinco dias depois da realização do pleito presidencial, que foi precedido pela não concretizada ameaça do Taleban de promover uma onda de violência pelo país.
Também no sul, a morte dos soldados americanos após explosão em uma estrada elevou para 296 o número de militares estrangeiros mortos em 2009. O total já faz do ano o mais letal para as tropas que lutam no Afeganistão desde 2001, quando invasão liderada pelos EUA derrubou o Taleban do poder.
O recorde representa um revés para os planos do presidente dos EUA, Barack Obama, de focar o combate ao terrorismo na região entre o Afeganistão e o Paquistão. O americano sofre crescentes contestações internas por sua política de aumentar significativamente o número de soldados no país.

Primeira parcial
Na primeira divulgação oficial de resultados preliminares da eleição da última quinta, a Comissão Eleitoral afegã anunciou ontem que, com 10% das urnas apuradas, Karzai tinha 40,6% dos votos, contra 38,7% do opositor Abdullah Abdullah, que contesta a lisura do pleito.
Autoridades alertaram, porém, para o risco de serem tiradas conclusões antes do avanço da apuração. Esperam-se nos próximos dias novas parciais. Mas o resultado final só deve ser anunciado em setembro.
A parcial é referente a apenas 22 das 34 Províncias afegãs e leva pouco em conta regiões tidas como pró-Karzai -como o sul. Indica ainda um comparecimento de 5 milhões de eleitores em um universo de cerca de 15 milhões, ainda menos do que os 50% estimados no dia do pleito.
Durante a campanha, pesquisas previam cerca de 45% dos votos para o presidente e 25% para Abdullah, ex-chanceler de Karzai. Caso nenhum dos candidatos obtenha mais de 50% dos votos, haverá segundo turno, previsto para ocorrer no começo do mês de outubro.

Com agências internacionais e "New York Times"



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