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Ataque mata ao menos 41 no sul afegão
Atentado a bomba na cidade de Candahar é primeiro de grande porte no país após eleição presidencial da última quinta
Morte de soldados dos EUA faz de 2009 o pior ano do conflito para estrangeiros; presidente lidera por dois pontos com 10% da apuração
DA REDAÇÃO
Ao menos 41 pessoas morreram ontem em um ataque terrorista na cidade afegã de Candahar (sul), o primeiro de grande porte desde a eleição presidencial da semana passada. Em
um outro atentado, quatro soldados americanos foram mortos, fazendo deste ano o mais
violento para tropas estrangeiras da guerra no Afeganistão.
Em Candahar, a explosão
derrubou um prédio de dois andares, sede de uma construtora
japonesa que emprega paquistaneses, e danificou 20 edifícios
em um bairro onde ficam uma
representação da ONU e escritórios de grupos humanitários.
Relatos de testemunhas
acerca da explosão, que ergueu
uma espessa coluna de fumaça,
conflitavam sobre se ela foi
provocada pela detonação de
cinco carros-bombas ou por
um único caminhão-bomba.
Segundo autoridades locais,
a maioria das vítimas era de civis, e o número total de mortos
deve subir à medida que forem
removidos os escombros. Mais
de 60 pessoas ficaram feridas.
O ataque foi, segundo moradores, o mais violento dos últimos anos na cidade, terra natal
do presidente Hamid Karzai e
considerada relativamente
tranquila em um país cuja condição de segurança vem se deteriorando nos últimos anos.
O atentado ocorre cinco dias
depois da realização do pleito
presidencial, que foi precedido
pela não concretizada ameaça
do Taleban de promover uma
onda de violência pelo país.
Também no sul, a morte dos
soldados americanos após explosão em uma estrada elevou
para 296 o número de militares
estrangeiros mortos em 2009.
O total já faz do ano o mais letal
para as tropas que lutam no
Afeganistão desde 2001, quando invasão liderada pelos EUA
derrubou o Taleban do poder.
O recorde representa um revés para os planos do presidente dos EUA, Barack Obama, de
focar o combate ao terrorismo
na região entre o Afeganistão e
o Paquistão. O americano sofre
crescentes contestações internas por sua política de aumentar significativamente o número de soldados no país.
Primeira parcial
Na primeira divulgação oficial de resultados preliminares
da eleição da última quinta, a
Comissão Eleitoral afegã anunciou ontem que, com 10% das
urnas apuradas, Karzai tinha
40,6% dos votos, contra 38,7%
do opositor Abdullah Abdullah,
que contesta a lisura do pleito.
Autoridades alertaram, porém, para o risco de serem tiradas conclusões antes do avanço
da apuração. Esperam-se nos
próximos dias novas parciais.
Mas o resultado final só deve
ser anunciado em setembro.
A parcial é referente a apenas
22 das 34 Províncias afegãs e leva pouco em conta regiões tidas
como pró-Karzai -como o sul.
Indica ainda um comparecimento de 5 milhões de eleitores
em um universo de cerca de 15
milhões, ainda menos do que os
50% estimados no dia do pleito.
Durante a campanha, pesquisas previam cerca de 45%
dos votos para o presidente e
25% para Abdullah, ex-chanceler de Karzai. Caso nenhum dos
candidatos obtenha mais de
50% dos votos, haverá segundo
turno, previsto para ocorrer no
começo do mês de outubro.
Com agências internacionais e "New York Times"
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