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SUCESSÃO NOS EUA / VAI-NÃO-VAI
McCain mantém suspense sobre debate
Obama confirma que vai ao encontro de hoje e diz que espera presença do rival
Universidade do Mississippi afirma que os preparativos
para o debate, o primeiro da campanha, estão de pé; tema é política externa
Win McNamee/Getty Images/France Presse
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Alunos da Universidade do Mississippi dublam McCain e Obama em preparativos para o debate
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
O candidato republicano à
Presidência dos EUA, John
McCain, mantinha até ontem à
noite o suspense sobre sua presença no debate de hoje com o
rival democrata, Barack Obama
-o primeiro dos três previstos
até a eleição de 4 de novembro.
Obama e McCain se encontraram na Casa Branca, na reunião em que foi discutido o pacote econômico proposto há
sete dias pelo governo de George W. Bush. Obama confirmou
sua presença no encontro na
Universidade do Mississippi,
em Oxford, independentemente do comparecimento do rival.
"Espero que ele vá", disse o
democrata. "É em momentos
como este que os eleitores precisam ouvir os candidatos."
McCain não confirmou, mas
tampouco descartou a possibilidade de comparecer.
"Tenho esperança de que
possamos [ir ao debate]. Acredito que é possível ter um acordo [no Congresso, sobre o pacote econômico] a tempo para
que eu possa ir ao Mississippi."
McCain anunciou na quarta-feira que suspenderia sua campanha e sugeriu o adiamento do
debate de hoje, cujo tema previsto é segurança nacional e política externa. Ele afirmou que
só iria ao debate se um acordo
sobre o plano da Casa Branca
tivesse sido fechado -o que
chegou a ser anunciado pelos
congressistas ontem à tarde,
mas foi colocado em suspenso
outra vez à noite. Democratas
acusaram McCain de ter trabalhado para impedir o fechamento do acordo.
Na Universidade do Mississippi, a preparação para o debate continuava. Foram divulgadas na TV imagens de equipes
tanto de Obama quanto de
McCain realizando testes técnicos nos telões e microfones
do auditório do debate. A universidade informou que não
tem um "plano B" e confia em
que o evento acontecerá.
Risco e oportunidade
Com a disputa acirrada, o debate poderia ser um ponto de
virada na corrida presidencial.
Se for bem, Obama poderá consolidar e aumentar a vantagem
que detém atualmente. Mas
analistas dizem que, ao contrário do que acontece em discursos, em debates ele tem dificuldades em criar empatia, por sua
tendência de intelectualizar o
debate e agir como professor.
O democrata tende a dar respostas longas que servem pouco às reportagens de TV. Também não é percebido como alguém que improvisa bem.
McCain, considerado forte
em temas de defesa nacional,
teria chance de se recuperar.
Pesquisa "New York Times"/
CBS divulgada ontem mostra
que os eleitores acreditam que
ele é mais versado em relações
exteriores do que o rival (45% a
22%). Outros 48% dizem que o
republicano muito provavelmente seria um bom comandante-em-chefe, contra 27%
que dizem o mesmo de Obama.
Mas a pesquisa também indica que, em relação ao manejo
da Guerra do Iraque, Obama e
McCain são considerados
igualmente aptos. E a maior
parte dos ouvidos concorda
com a proposta de Obama de,
caso eleito, se encontrar com líderes internacionais considerados hostis (73%). No cenário
geral, as intenções de voto favorecem Obama (48% a 43%). A
margem de erro é de três pontos em qualquer direção.
Já tendo mirado a Presidência antes, McCain tem mais experiência em debates como o
de hoje do que Obama, e é visto
como tendo boa dose de agressividade e uma tendência positiva ao humor. Ele usa frases
curtas e verbos de ação para
projetar força, e usa linguagem
coloquial e simples.
Mas, também para McCain, o
debate é um risco: na conjuntura atual é inevitável que a economia invada a discussão, caso
o debate seja realizado, e esse é
um assunto em que ele mesmo
admite ter conhecimentos limitados. Depois de exibir uma
série de contradições em suas
posições na última semana, ele
viu sua campanha ser ameaçada pela queda nas pesquisas.
O anúncio de McCain de suspender a campanha foi alvo de
novas críticas ontem.
A própria suspensão foi
questionada. Foram mantidos
no ar comerciais de TV republicanos; a candidata a vice de
McCain, a governadora do
Alasca, Sarah Palin, participou
de visitas, falou com a imprensa
e enviou e-mails de campanha a
simpatizantes.
Ainda na quarta-feira, poucas horas depois da decisão de
McCain ser anunciada, o diretor de sua campanha, Rick Davis, foi a um jantar com arrecadadores em Nova York.
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