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Putin propõe cooperação nuclear a Chávez
Anúncio mira Washington, cujas relações com Moscou vêm se deteriorando desde o conflito na Geórgia, em agosto
Premiê e venezuelano firmam "maior consórcio petrolífero do planeta", entre Gazprom e PDVSA, e acordo de compra militar
DA REDAÇÃO
O ex-presidente e atual premiê russo, Vladimir Putin, recebeu ontem o mandatário venezuelano, Hugo Chávez -em
sua segunda visita oficial ao
país em apenas dois meses-, e
se disse disposto a desenvolver
um programa de energia nuclear pacífico com o país sul-americano, além de estreitar a
cooperação nas áreas energética, militar e tecnológica.
O anúncio é mais uma medida do Kremlin que desafia os
EUA e mais uma envolvendo o
desafeto de Washington na sua
histórica zona de influência, a
América Latina. Os dois países
vêm em uma escalada recíproca de deterioração de relações
desde o rápido conflito entre a
Rússia e a Geórgia, aliada americana, no início de agosto.
Nesta semana, a Rússia cancelou um encontro paralelo à
Assembléia Geral da ONU, entre os cinco membros do Conselho de Segurança mais a Alemanha, para discutir novas
sanções ao Irã devido justamente ao seu programa nuclear, que a Casa Branca diz ter
fins militares.
Recentemente, dois bombardeiros russos fizeram manobras militares a partir de bases
venezuelanas e, neste momento, uma frota de navios de guerra dirige-se à Venezuela para
exercícios conjuntos no Caribe
em meados de novembro.
Putin e Chávez anunciaram
também o que o venezuelano
chamou de "o maior consórcio
petrolífero do planeta", liderado pelas gigantes estatais de gás
e petróleo Gazprom (russa) e
PDVSA (venezuelana). "A Gazprom prevê para fins de outubro a primeira sonda no golfo
da Venezuela", disse Putin.
Moscou deverá liberar ainda
um financiamento de US$ 1 bilhão para a compra de armamentos russos por Caracas.
Desde 2005, a Venezuela gastou US$ 4,4 bilhões com a aquisição de aviões e helicópteros
militares e 100 mil fuzis Kalashnikov russos e tem interesse em obter submarinos. Fala-se também na criação de um
banco binacional.
Putin disse que a Rússia, a
partir de agora, "prestará mais
atenção na América Latina, que
se tornou um importante elo da
criação de um mundo multipolar". "Hoje, mais do que nunca,
tudo o que se falou sobre o
mundo multipolar é uma realidade. Não percamos tempo",
devolveu Chávez ao premiê.
Hoje, Chávez encontra o presidente Dmitri Medvedev em
cidade próxima ao Azerbaijão
e, depois, parte para visita oficial ao francês Nicolas Sarkozy.
Com agências internacionais
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