São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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Feira livre em Havana reflete dureza atual

DA ENVIADA ESPECIAL A HAVANA

Não tem tomate, maçã, laranja, alface, escarola, rúcula. A feira livre no centro de Havana -organizada para atender às necessidades dos cubanos, e não de turistas abastecidos por produtos importados nos hotéis- reflete a pobreza atual da agricultura local.
As barracas têm batatas doces, batatas, mandioca, inhame e feijão. Também têm abacates (é época) e bananas verdes. E carne de porco e de frango. Com esse mix de produtos, falta o colorido típico de mercados de comida. Em vez disso, são poucas cores: marrom e verde predominam.
Não há gritos de ofertas, nem pechinchas, nem hora da xepa. Tabelados, os preços dos poucos produtos são exibido em cartazes. Permanecem os mesmos até o fim da feira.
Segundo o vendedor Felipe P., 48, a situação está melhor agora do que no chamado "período especial", após a queda do Muro de Berlim, quando cessou todo o trânsito de mercadorias entre a Cuba agrícola e a Europa do Leste.
"Antes, não havia nem esse pouco que você está vendo", lembra. "E o pouco que havia era comercializado no escambo. Um pacote de batatas doces por uma blusa ou escova."
A professora Alice R. acredita que a autorização governamental para negócios por conta própria permitirá que muitos cubanos possam também consumir frutas e alimentos importados, vendidos em moeda forte e inacessíveis à maioria dos habitantes locais.
No último dia 13, o governo do país anunciou que demitirá 500 mil funcionários públicos. Também permitirá a criação de pequenos negócios em 178 ramos de atividades. A expectativa é que esse novíssimo setor privado absorva a mão de obra dispensada pelo Estado.(LC)

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