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Feira livre em Havana reflete dureza atual
DA ENVIADA ESPECIAL A HAVANA
Não tem tomate, maçã,
laranja, alface, escarola,
rúcula. A feira livre no centro de Havana -organizada para atender às necessidades dos cubanos, e não
de turistas abastecidos por
produtos importados nos
hotéis- reflete a pobreza
atual da agricultura local.
As barracas têm batatas
doces, batatas, mandioca,
inhame e feijão. Também
têm abacates (é época) e
bananas verdes. E carne
de porco e de frango. Com
esse mix de produtos, falta
o colorido típico de mercados de comida. Em vez disso, são poucas cores: marrom e verde predominam.
Não há gritos de ofertas,
nem pechinchas, nem hora da xepa. Tabelados, os
preços dos poucos produtos são exibido em cartazes. Permanecem os mesmos até o fim da feira.
Segundo o vendedor Felipe P., 48, a situação está
melhor agora do que no
chamado "período especial", após a queda do Muro de Berlim, quando cessou todo o trânsito de mercadorias entre a Cuba agrícola e a Europa do Leste.
"Antes, não havia nem
esse pouco que você está
vendo", lembra. "E o pouco que havia era comercializado no escambo. Um
pacote de batatas doces
por uma blusa ou escova."
A professora Alice R.
acredita que a autorização
governamental para negócios por conta própria permitirá que muitos cubanos
possam também consumir
frutas e alimentos importados, vendidos em moeda
forte e inacessíveis à maioria dos habitantes locais.
No último dia 13, o governo do país anunciou
que demitirá 500 mil funcionários públicos. Também permitirá a criação de
pequenos negócios em 178
ramos de atividades. A expectativa é que esse novíssimo setor privado absorva a mão de obra dispensada pelo Estado.(LC)
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