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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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PACIFISTAS

Manifestantes em Washington e San Francisco criticam política de Bush e apontam custos da ação no Iraque

Passeatas pedem fim da ocupação militar

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON


Milhares de pessoas protestaram ontem em Washington contra a ocupação norte-americana no Iraque e para pedir o retorno imediato dos cerca de 130 mil soldados que ainda estão no país. Ato público idêntico ocorreu em San Francisco.
Foi a maior manifestação contra a guerra na capital americana desde que o presidente George W. Bush declarou a 1º de maio o fim dos combates.
Os organizadores do protesto esperavam cerca de 30 mil participantes. Não havia até à noite cifra oficial. O grupo Answer, um dos coordenadores, preparou caravanas com 200 ônibus vindos de pelo menos 145 cidades.
O tom geral da manifestação e dos discursos antes da passeata, que circundou a Casa Branca e o Departamento de Justiça, ressaltou as ""mentiras de Bush", o fato de não terem sido encontradas armas de destruição em massa e os gastos na campanha militar.
Manifestantes jogavam dólares de mentira para o alto gritando ""dinheiro para empregos, não para a guerra" enquanto outros distribuíam balões com os dizeres: ""armas de destruição em massa: um monte de ar quente".
Bush, como em outras manifestações contra a guerra em Washington, passou o fim de semana fora da cidade, em Camp David.
Um dos grupos mais animados de manifestantes contava com o brasileiro Jorge Samuel Rocha. Com uma bandeira do Brasil amarrada na cabeça, ele participava de uma batucada ao redor de ""carro alegórico" montado com paus, flores, papelão e ossos.
Um outro grupo, representando movimentos negros, gritava "Condollezza Rice não é nossa irmã", referindo-se à assessora de Bush que é negra.
Alguns cartazes criticavam a cobertura da imprensa. ""Faux News" (notícias falsas), dizia um deles, em referência ao canal de TV Fox News, partidária da ação de Bush no Iraque.
Um boneco gigante com os olhos vendados também representava as redes CNN, ABC e NBC, acusadas de não mostrar ""as verdadeiras imagens".
Outros manifestantes carregavam cartazes com fotos de soldados norte-americanos e prisioneiros iraquianos. Em uma delas, um prisioneiro está sem dois dedos da mão esquerda, ainda ensanguentada.
A algumas centenas de metros da manifestação, cerca de mil integrantes do Free Republic, um grupo conservador norte-americano, também realizou um ato de apoio à ocupação no Iraque e ao presidente Bush.


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