São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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Chávez diz que vai prender líder opositor

Na reta final da campanha para as eleições regionais, venezuelano afirma que Manuel Rosales, governador de Zulia, quer matá-lo

Estado é o mais rico do país; derrotado pelo presidente em 2006, Rosales disputa prefeitura de Maracaibo, a maior cidade após Caracas


FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Em campanha eleitoral, Hugo Chávez, disse que vai "meter preso" o líder opositor Manuel Rosales, seu principal adversário nas eleições presidenciais de 2006 e candidato a prefeito de Maracaibo, a segunda maior cidade do país. O mandatário venezuelano disse ainda que não irá à Cúpula Ibero-Americana de El Salvador, com início na quarta-feira, porque sua "vida não está garantida".
"Já basta, vou meter preso Manuel Rosales, vai terminar preso", disse Chávez, em Maracaibo, arrancando aplausos de pé da platéia de militantes e empresários pró-governo.
Ao justificar a eventual prisão de Rosales, o líder venezuelano acusou o atual governador do Estado de Zulia (oeste, o mais rico do país) de planejar matá-lo e de ter "11 fazendas e uma casinha de US$ 1,5 milhão". Chamou-o de "mafioso" e disse que ele não tem capacidade de governar "nem uma família porque prejudica até seus próprios filhos".
"Ele está tentando me matar. Não vou matá-lo. Sou dos que vêem uma barata no banheiro...", disse, sem completar.
O líder pediu aos "órgãos do Estado" que atuem contra o governador e disse que se põe "diante da operação, e se chama "Manuel Rosales vai preso'".
Não é a primeira declaração controvertida de Chávez durante a campanha eleitoral que vai renovar quase todos os governadores e prefeitos do país, em 23 de novembro. Anteontem, disse que prepara "ações militares" em Zulia caso Rosales eleja seu sucessor, sob a alegação de que a oposição pretende separar esse Estado petroleiro do resto do país.
O presidente já disse que haverá uma "guerra civil" em 2009 caso a oposição vença e afirmou que não repassará recursos adicionais a governos e prefeituras não-chavistas.

Mais um complô
Com relação à cúpula de El Salvador, Chávez disse que não assistirá porque "há militares (venezuelanos) protegidos por alguns governos, pela CIA e pelo FBI" planejando matá-lo.
As denúncias de supostos complôs de assassinato são rotina desde Chávez chegou à Presidência. Segundo o livro "Chávez sin Uniforme", foram 15 pretensas tentativas apenas nos cinco primeiros anos de governo, até 2004. Chávez já acusou os presidentes George W. Bush (EUA) e Álvaro Uribe (Colômbia), líderes opositores, militares e, recentemente, o diretor do canal Globovisión, Alberto Federico Ravell.


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